Crise Diplomática: Embaixada dos EUA Critica Alexandre de Moraes por 'Usurpar Poder' no Brasil

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil elevou o tom neste sábado (9), emitindo novas críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em publicações nas redes sociais da representação diplomática, os EUA acusaram Moraes de "usurpar poder" e de minar a separação entre os Poderes da República, intensificando a crise diplomática entre os dois países.
A mais recente manifestação ocorre um dia após o encarregado de Negócios da embaixada, Gabriel Escobar, ter sido convocado pelo Itamaraty para prestar esclarecimentos. A convocação se deu em resposta a uma nota anterior da embaixada que continha "ameaças veladas" a aliados de Moraes. A nova postagem, que repete em português o teor de uma mensagem anterior do vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, enfatiza que a separação de poderes é vital para a liberdade democrática.
Segundo as declarações, "um único ministro do STF usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com detenção, prisão ou outras penalidades". As mensagens criticam ainda a tentativa de "aplicar extraterritorialmente a lei brasileira para silenciar indivíduos e empresas em solo americano", o que, segundo a embaixada, destruiu a relação histórica de proximidade entre Brasil e Estados Unidos. A embaixada classificou a situação como "sem precedentes e anômala", ressaltando que "não se negocia com um juiz" e concluindo com um apelo para "restaurar nossa amizade histórica com a grande nação do Brasil!".
Essas declarações se somam à recente decisão do governo americano de incluir Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, que visa punir estrangeiros por violações de direitos humanos ou corrupção sistêmica.
Em resposta, o governo brasileiro expressou "profunda indignação" com o conteúdo e o tom das postagens, classificando-as como um "ataque frontal à soberania brasileira". Em nota oficial, o Brasil afirmou que "não se curvará a pressões, venham de onde vierem" e que continuará a reagir institucionalmente a qualquer tentativa de ingerência externa.
A escalada da crise diplomática acontece em um momento de alta tensão política interna no Brasil, marcada por investigações conduzidas pelo STF e debates acirrados sobre liberdade de expressão e os limites da atuação judicial.