Defesa de Augusto Melo não tentará barrar votação de impeachment na Justiça

O advogado Ricardo Cury, que representa o presidente do Corinthians, Augusto Melo, informou que a defesa não entrará com ação judicial para tentar barrar a reunião marcada para a próxima segunda-feira (26), que deliberará sobre o processo de impeachment relacionado ao caso VaideBet.

"Nós não pretendemos entrar com nenhuma ação no nome do presidente Augusto, já antecipo para vocês aqui, já que falo em nome da defesa. Mas nós precisamos verificar como que a reunião ocorrerá, o transcorrer da reunião. Porque tem uma série de questionamentos que a defesa pretende fazer, que inicia em um tempo de defesa, a apresentação toda. A defesa não vai aceitar nenhum abuso, excesso ou desvio de poder de quem esteja comandando a reunião ali", declarou Cury.

Vale lembrar que, em momentos anteriores, a defesa de Augusto Melo buscou a Justiça para tentar impedir votações. Em dezembro de 2023, uma liminar chegou a suspender a reunião. Em janeiro deste ano, nova tentativa foi feita, mas o pedido foi negado.

A votação crucial está agendada para as 18h de segunda-feira. Caso a maioria simples dos conselheiros se posicione favoravelmente à destituição, Augusto Melo será automaticamente afastado de forma temporária, aguardando a decisão final em assembleia geral dos sócios, que poderá referendar ou rejeitar o afastamento. Em contrapartida, se a maioria votar contra, o processo será arquivado.

A reunião ocorre dias após Augusto Melo ser indiciado pela Polícia Civil de São Paulo, na última quinta-feira (22), pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. A investigação apura supostas irregularidades na intermediação do contrato com a VaideBet, ex-patrocinadora máster do clube.

Além de Melo, também foram indiciados o ex-superintendente de marketing, Sérgio Moura, o ex-diretor administrativo, Marcelo Mariano, e Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, apontado como intermediário no acerto entre o Corinthians e a casa de apostas.

Segundo o inquérito, concluído na quinta-feira (22), Cassundé teria transferido R$ 580 mil para a empresa Neoway Soluções Integradas, descrita pela investigação como uma "empresa fantasma". A transação teria ocorrido em 25 de março de 2024, data em que, conforme dados telemáticos, ele esteve presente no Parque São Jorge.