Edilene Lobo defende maior inclusão de mulheres negras em espaços de poder

Publicado em 30/10/2025 às 21:40:21
Edilene Lobo defende maior inclusão de mulheres negras em espaços de poder

A ex-ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lobo, reiterou nesta quinta-feira (30) a necessidade de ampliar a presença de mulheres negras em posições de liderança e tomada de decisão no Brasil. Em entrevista ao BN, ela enfatizou que a representatividade feminina, com foco especial em mulheres negras, é um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma democracia mais diversa e acessível a todos.

"A questão da representatividade das mulheres, e particularmente das mulheres negras, que formam a maioria da população brasileira, nos espaços decisórios é um ponto que sempre abordo. É crucial que essa participação seja quantitativa e qualitativa, pois um sistema democrático robusto deve refletir a totalidade dos grupos que integram a sociedade", declarou Edilene.

A jurista, cujo período no TSE se encerrou este ano, sublinhou que a inclusão feminina e racial transcende a mera presença simbólica, configurando-se como um motor de transformação social.

"A representação das mulheres, em especial das mulheres negras, traz à tona novas perspectivas e impulsiona a diversidade rumo à prosperidade. Essa é a diretriz da nossa Constituição: uma sociedade que verdadeiramente espelhe a nossa identidade", complementou.

Edilene Lobo também discorreu sobre a persistente desigualdade na ocupação de cargos, tanto no setor público quanto no privado. Ao apresentar dados que evidenciam a sub-representação de mulheres negras no Legislativo e no mercado de trabalho, ela ressaltou a urgência na implementação de políticas que promovam a inclusão.

"Quando comparamos a composição demográfica do Brasil com a dos espaços de poder, o déficit se torna inegável. As mulheres já são minoria, e as mulheres negras o são ainda mais. Falar dessa ausência é, em última instância, discutir uma sociedade que ainda precisa se enxergar e se aceitar como genuinamente inclusiva", concluiu.