Ex-jogador do Vasco é denunciado por desvio de recursos em projeto da UERJ

Publicado em 05/06/2025 às 14:04:50
Ex-jogador do Vasco é denunciado por desvio de recursos em projeto da UERJ

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou denúncia contra Fábio Braz do Nascimento, ex-jogador do Vasco, por participação em um esquema de desvio de recursos públicos estimado em aproximadamente R$ 244 mil. A fraude teria ocorrido no âmbito do projeto de extensão universitária “Escola Criativa e de Oportunidades”, ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A informação foi inicialmente divulgada pelo portal Lance!.

A denúncia, formalizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, foi protocolada na última quarta-feira, 4 de outubro, e está em tramitação na 17ª Vara Criminal da Capital. Além de Fábio Braz, foram denunciados João Daniel Bove Gomes de Souza e Ademar da Silva Braga Junior, descritos como amigos e com vínculos empregatícios prévios com o ex-atleta.

Segundo a acusação do MPRJ, o trio teria cedido seus dados para serem incluídos de forma irregular nas folhas de pagamento do projeto. Eles teriam recebido salários indevidos entre janeiro e dezembro de 2022, mesmo sem efetivamente exercerem qualquer atividade relacionada ao projeto. Os valores individualmente desviados seriam: Ademar da Silva Braga Junior (R$ 97.580), Fábio Braz do Nascimento (R$ 77.080) e João Daniel Bove Gomes de Souza (R$ 69.700).

A Promotoria ressaltou que tais recursos, provenientes de fundos públicos, deveriam ter sido aplicados em benefício da sociedade, em áreas como saúde, educação e segurança, mas foram apropriados para benefício pessoal dos denunciados.

A investigação apontou que a execução deficiente do projeto foi um fator crucial para a ocorrência dos desvios. Um parecer técnico do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ) destacou a ausência de contrato formal entre a UERJ e a Secretaria de Estado de Educação, além de outras falhas administrativas, como falta de padronização na gestão, ausência de controles internos robustos, problemas na prestação de contas e inconsistências na gestão de pessoal. Tais fragilidades teriam criado as condições para que indivíduos sem ligação real com o projeto recebessem pagamentos mensais indevidos.

Este caso se insere em um contexto mais amplo. Em janeiro deste ano, o MPRJ já havia denunciado outras 19 pessoas por envolvimento em outro esquema de desvio de mais de R$ 6 milhões em projetos de extensão da UERJ, incluindo o próprio Escola Criativa e de Oportunidades. A prática denunciada em ambos os casos seria o uso indevido de posições e o favorecimento de pessoas próximas para que recebessem salários sem a devida contraprestação de serviços.