Fifa endurece punições contra racismo e prevê multas de até R$ 34 milhões

Publicado em 29/05/2025 às 15:34:50
Fifa endurece punições contra racismo e prevê multas de até R$ 34 milhões

A Fifa anunciou na manhã desta quinta-feira (28) a revisão de seu Código Disciplinar, introduzindo medidas mais rigorosas no combate ao racismo no futebol. O novo regulamento, aprovado durante a reunião do Conselho da entidade neste mês, estabelece punições mais severas e amplia a capacidade de ação de árbitros e demais envolvidos nas partidas.

Com a nova redação do Artigo 15, jogadores, membros de comissões técnicas ou qualquer participante de um evento oficial passa a ter a prerrogativa de reportar um ato racista ao árbitro. Uma vez feita a denúncia, o juiz deve seguir o protocolo de três etapas já em vigor desde 2023: primeiro, paralisar o jogo; em seguida, suspender temporariamente a partida; e, caso os atos persistam, encerrá-la definitivamente.

Além da possibilidade de interrupção dos jogos, a Fifa elevou significativamente as sanções financeiras. Clubes e federações poderão ser multados em valores a partir de 20 mil francos suíços (aproximadamente R$ 137 mil). O teto das multas pode atingir 5 milhões de francos suíços (cerca de R$ 34 milhões), superando o limite estabelecido para outras infrações disciplinares, que é de 1 milhão de francos suíços (R$ 6,8 milhões).

O Código também prevê punições mais severas para casos de reincidência, que podem incluir a exigência de um plano de prevenção obrigatório, a realização de partidas com portões fechados, a subtração de pontos em competições, a expulsão de torneios e até mesmo o rebaixamento de divisão.

As federações nacionais têm até o dia 31 de dezembro para adaptar seus próprios regulamentos às novas diretrizes da Fifa. Em caso de descumprimento, a entidade máxima do futebol poderá intervir diretamente nessas associações e, se necessário, recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) caso entenda que as decisões locais não estejam alinhadas aos esforços globais contra o racismo.

Durante o Congresso da Fifa em Assunção, Paraguai, o presidente Gianni Infantino reafirmou que o combate ao racismo é uma das principais prioridades da federação. Ele destacou que a Fifa tem trabalhado não apenas no âmbito esportivo, mas também em esfera legal, para garantir que a luta contra a discriminação seja tratada como questão de justiça criminal.

"Racismo não é só um problema para atacar no futebol, racismo é simplesmente um crime. E por isso estamos trabalhando com diferentes governos e com a ONU para ter certeza de que a luta contra o racismo esteja inserida na legislação criminal de cada país do mundo", declarou Infantino.