Fuga dos 16 do presídio de Eunápolis atravessa cinco meses; 15 seguem foragidos

Dos 16 detentos que protagonizaram uma fuga em massa do Conjunto Penal de Eunápolis, na Costa do Descobrimento, há 166 dias, ainda 15 permanecem foragidos. A ação ocorreu na noite de 12 de dezembro do ano passado, marcando um episódio de grande impacto na segurança pública local. Entre os que seguem em paradeiro desconhecido está Edinaldo Pereira Souza, conhecido como Dadá, apontado como líder do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), facção com vínculos ao Comando Vermelho.
Quase um mês após a evasão, um dos fugitivos teve seu destino selado em confronto com a polícia. Anailton Souza Santos, de 28 anos e conhecido como Nino, foi localizado em um imóvel no bairro Alecrim I, em Eunápolis. O encontro resultou em troca de tiros, e Nino veio a óbito durante a ação da 23ª Coorpin.
No dia seguinte à invasão do presídio, as forças de segurança já haviam detido dois homens nos bairros Pequi e Centauro, suspeitos de integrar o grupo que orquestrou a libertação dos detentos. Dois dias depois, outros três indivíduos envolvidos na ação morreram em confronto com a polícia, nos bairros Pequi e Stela Reis.
Em resposta ao incidente, a Secretaria Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) promoveu o afastamento da diretora do presídio, Joneuma Neres, do diretor-adjunto, Elton Rocha, e do coordenador de segurança, Welington Oliveira Souza. Em desdobramento, a diretora e o coordenador de segurança foram presos em janeiro, sob a acusação de facilitar a fuga.
Com os afastamentos, a direção interina do presídio foi assumida pelo policial penal Jorge Magno Alves Pinto. Em 20 de maio, o diretor-interino foi alvo de um atentado. Embora o alvo fosse Magno, um motorista do presídio foi atingido e baleado. O funcionário foi socorrido em estado grave, passou por cirurgia e, felizmente, não corre mais risco de morte.
Diante deste novo fato, uma força-tarefa estadual foi mobilizada para capturar os responsáveis pelo atentado. Em 21 de maio, um dos supostos executores, identificado como José Rubens Alves de Assis Filho, o "Rubão", foi preso. Sua namorada, Letícia Rodrigues, também foi detida em uma operação de cerco em Itapebi.
Devido ao cenário de instabilidade e ao atentado, a gestão do Conjunto Penal de Eunápolis passou a ser responsabilidade do Grupo Especializado em Operações Prisionais (Geop). Adicionalmente, na última quarta-feira, dia 28, o governo federal autorizou a atuação da Força Penal Nacional na unidade por um período de 30 dias. A missão da Força Penal Nacional será de apoio logístico e supervisão das atividades administrativas.
Até a última terça-feira, 27 de maio, o Conjunto Penal de Eunápolis abrigava 601 presos, excedendo em 144 sua capacidade projetada de 457 vagas, conforme dados da Seap, evidenciando um quadro de superlotação. A Bahia ocupa a décima posição no ranking dos estados brasileiros com maior população carcerária. São Paulo lidera com 200,1 mil detentos, seguido por Minas Gerais (65,5 mil), Rio de Janeiro (47,3 mil), Paraná (41,6 mil) e Rio Grande do Sul (35,7 mil), segundo dados de 2024 do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Na outra ponta, os estados com menor número de presos são Amapá (2,8 mil), Roraima (3,1 mil), Tocantins (3,7 mil), Alagoas (5,1 mil) e Amazonas (5 mil).
? Vídeo mostra ação que resultou em fuga de 16 detentos após invasão em presídio de Eunápolis
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— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) December 18, 2024