Justiça da Paraíba bloqueia redes sociais de influenciador acusado de adultizar crianças

Publicado em 13/08/2025 às 13:03:15
Justiça da Paraíba bloqueia redes sociais de influenciador acusado de adultizar crianças

A Justiça da Paraíba determinou o bloqueio do acesso do influenciador Hytalo Santos às redes sociais, em resposta às denúncias de criação de conteúdos que adultizam crianças e adolescentes. A decisão atende a um pedido do Ministério Público da Paraíba (MP-PB) em uma ação civil pública. Além do bloqueio, o MP-PB solicitou a proibição de contato de Hytalo com os menores citados no processo e a desmonetização de seus conteúdos já publicados na web, impedindo o retorno financeiro do influenciador com os vídeos.

O caso ganhou notoriedade após uma denúncia do youtuber Felipe Bressanim Pereira, o Felca, que publicou um vídeo detalhado sobre as acusações. O Jornal Nacional também exibiu uma reportagem expondo a situação. Antes de Felca, influenciadores como Andressah Catty e Fabi Bubu já denunciavam Hytalo. Desde o início de 2024, vizinhos do influenciador em Bayeux (região metropolitana de João Pessoa) relatavam, em condomínio, suposta exploração de crianças e adolescentes.

A promotora de Justiça Ana Maria França, em entrevista ao Jornal Nacional, descreveu situações como a presença de adolescentes em atividades do condomínio até tarde da noite, participações em veículos com consumo de bebidas alcoólicas e conversas impróprias, além de danças e festas, conforme coletado em vídeos.

Desde a divulgação do vídeo de Felca, a busca pelo termo "adultização" no Google aumentou significativamente, associada a nomes como Felca e Hytalo, além de temas como Estatuto da Criança e do Adolescente e denúncias.

Na última segunda-feira (11), o MP-PB, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Civil solicitaram a suspensão da Fartura Premiações, empresa ligada a Hytalo, que opera rifas e sorteios. A justificativa foi o uso indevido de crianças e adolescentes na promoção dos sorteios.

Hytalo também é investigado por exploração de trabalho infantil, risco de aliciamento devido à exposição digital excessiva e ausência de mecanismos para impedir o acesso de menores a jogos de apostas. Um dos promotores do caso, João Arlindo Côrrea, apura um possível esquema de benefícios a familiares de menores em troca de emancipação dos adolescentes envolvidos nos vídeos.