Justiça mantém prisão de MC Poze do Rodo, investigado por associação ao tráfico, por 30 dias

Publicado em 30/05/2025 às 11:28:50
Justiça mantém prisão de MC Poze do Rodo, investigado por associação ao tráfico, por 30 dias

O cantor MC Poze do Rodo, detido na última quinta-feira (29) sob acusações de apologia ao crime e suposto envolvimento com o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio de Janeiro, teve sua prisão temporária mantida por 30 dias após passar por audiência de custódia. A decisão foi proferida pelo juízo da Central de Audiência de Custódia.

Segundo as investigações, Poze realizaria apresentações musicais exclusivamente em territórios controlados pela facção, com a presença de traficantes portando fuzis, que garantiriam a segurança tanto do artista quanto dos eventos. As autoridades indicam que "esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar os lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes", conforme apontado nas diligências.

Adicionalmente, agentes policiais identificaram que "o repertório das músicas entoadas por ele faz clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes".

As investigações seguem em curso, sob coordenação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com o objetivo de identificar outros indivíduos envolvidos e os financiadores diretos desses eventos classificados como criminosos.

Em declaração ao portal Leo Dias, Fernando Henrique Cardoso, advogado que representa o cantor, defendeu o artista comparando sua obra a produções cinematográficas. Essa comparação ecoa a manifestação feita por MC Cabelinho em defesa do funkeiro. "Eu acho que, afirmar essa pergunta, se fosse afirmativa, ela seria tão real quanto falar que o diretor de ‘A Lista de Schindler’ seria uma pessoa nazista ou que o diretor de ‘Bastardos Inglórios’ seria uma pessoa que apoia organizações criminosas que fazem torturas", argumentou o defensor.