Na Antena 1, Ricardo Chaves aponta medo da iniciativa privada de investir em eventos na Bahia: "Houve uma criminalização"

A grandiosidade de eventos como o show histórico de Lady Gaga no Rio de Janeiro, que atraiu mais de 2 milhões de pessoas para Copacabana com o apoio de seis patrocinadores de peso (Corona, Santander, LATAM, Zé Delivery, Guaraná Antárctica e Beats) e outras marcas, ilustra a importância do investimento privado.

Especialistas apontam essa parceria como um dos pilares do sucesso, contrastando com a dificuldade de Salvador em sediar eventos de tal magnitude. O cantor Ricardo Chaves, em entrevista à Antena 1, relembrou a época em que o Axé atraiu grandes marcas para o Carnaval de Salvador, mas lamentou a mudança de percepção da cidade pelos investidores.

Segundo o artista, a rejeição da própria população à produção local afastou os patrocinadores. "Houve um momento em que o soteropolitano deixou de gostar da coisa que saía das ruas de Salvador", afirmou, destacando que a desvalorização dos blocos e da música carnavalesca gerou desconfiança nas marcas.

Essa aversão, segundo Chaves, fez com que os investidores temessem associar suas marcas a uma festa que parecia não agradar ao público, levando a uma "criminalização da iniciativa privada" e à dependência do Carnaval de Salvador em relação ao dinheiro público.

O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, em entrevista anterior à Antena 1, também ressaltou que, embora o cenário tenha evoluído, a iniciativa privada ainda não prioriza o Nordeste em projetos grandiosos. "A gente sabe que ainda tem uma cultura a ser construída para se atrair mais investimentos para os nossos grandes festejos", concluiu.