Novo papa revela motivo da escolha do nome Leão 14

Em um pronunciamento realizado no Vaticano, o Papa Robert Prevost revelou aos cardeais a inspiração por trás da escolha do nome Leão 14. A decisão reverencia, em especial, Leão 13, cujo pontificado é lembrado pela atenção às questões sociais.
O Papa explicou que a principal razão reside na encíclica "Rerum novarum" de Leão 13, que abordou as problemáticas sociais decorrentes da Revolução Industrial. Segundo ele, a Igreja oferece a riqueza de sua doutrina social para enfrentar os desafios da atual revolução industrial e os avanços da inteligência artificial, que impactam a dignidade humana, a justiça e o trabalho.
Leão 13 (1810-1903), cujo nome de batismo era Gioacchino Vincenzo Raffaele Luigi Pecci, inaugurou a tradição da moderna doutrina social da Igreja. Em um período de intensa industrialização e urbanização, buscou um caminho entre o socialismo revolucionário e a defesa da livre iniciativa e da propriedade privada, defendendo os direitos dos trabalhadores a salários justos, boas condições de trabalho e à formação de sindicatos.
A maioria dos antecessores de Robert Prevost que adotaram o nome Leão tiveram papados discretos, mas houve exceções notáveis. Leão 3º (papa de 795 a 816), por exemplo, coroou Carlos Magno, rei dos francos, como imperador, dando origem a um novo império cristão na Europa Ocidental. Já Leão, o Grande (papa de 440 a 461), o primeiro a usar o nome, destacou-se tanto na teologia quanto na política, persuadindo o líder bárbaro Átila a poupar a Itália e influenciando o concílio de Calcedônia, que definiu dogmas ainda hoje seguidos pelos católicos.
Com a escolha de Leão 14, o Papa Robert Prevost repete o gesto de Leão 13 em 1878, tornando-o o quarto nome mais utilizado na história papal. Os nomes mais frequentes são: João (21 vezes), Gregório (16 vezes) e Bento (15 vezes), seguido por Leão e Clemente, ambos com 14 ocorrências.