Paraguai lança base antiterrorismo na fronteira com Brasil e Argentina com apoio do FBI

Publicado em 15/08/2025 às 23:45:54
Paraguai lança base antiterrorismo na fronteira com Brasil e Argentina com apoio do FBI

O Paraguai anunciou a criação de uma base de combate ao terrorismo na tríplice fronteira que compartilha com Brasil e Argentina. A unidade contará com o apoio de agentes do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, conforme revelado pelo ministro do Interior paraguaio, Enrique Riera, em entrevista à CNN.

Riera explicou que o centro antiterrorista terá o suporte do FBI e destacou que o Paraguai declarou o Hezbollah como organização terrorista, abrangendo não apenas seus membros armados, mas todos os integrantes do partido libanês, que é apoiado pelo Irã. O ministro ressaltou ainda que a base também atuará no combate ao crime organizado, uma vez que terrorismo e atividades criminosas estão intrinsecamente ligados e se auto-financiam.

A tríplice fronteira é conhecida por ser uma rota crucial para o tráfico de drogas que abastece grandes facções brasileiras, como o PCC e o Comando Vermelho.

A declaração de Riera ocorreu na mesma semana em que Assunção e Washington assinaram um memorando de entendimento sobre imigração e pedidos de asilo nos EUA. O documento foi firmado pelo chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, e o chanceler paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano. Segundo Rubio, o acordo visa facilitar que solicitantes de asilo atualmente nos EUA apresentem seus pedidos no Paraguai. O secretário de Estado americano descreveu o presidente paraguaio, Santiago Peña, como um "grande aliado e parceiro forte dos Estados Unidos", enfatizando que o acordo ajudará a prevenir a "imigração ilegal", vista como uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Essa iniciativa paraguaia se alinha com a pressão exercida pelos Estados Unidos na região para que organizações criminosas sejam classificadas como terroristas. Essa pressão tem se intensificado desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, com aumentos em recompensas por criminosos e líderes políticos considerados terroristas pelos EUA, como o ditador venezuelano Nicolás Maduro. Recentemente, o governo Trump dobrou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusando-o de envolvimento no narcotráfico e de representar uma ameaça à segurança americana. Trump também assinou uma diretriz que autoriza o Pentágono a empregar militares em ações contra cartéis de drogas latino-americanos classificados como organizações terroristas, uma medida considerada agressiva na guerra às drogas e que visa, entre outros objetivos, conter o fluxo de fentanil para os EUA.