Regulação de Redes Sociais: Pesquisa Revela Amplíssima Maioria Favorável e Exigência de Responsabilização das Big Techs

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (1º) pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a QuestionPro, aponta para um consenso esmagador na população brasileira em relação à necessidade de regulamentação das redes sociais e à responsabilização das chamadas big techs pelo conteúdo veiculado em suas plataformas. O levantamento indica que 85% dos brasileiros defendem a regulação dessas plataformas, com apenas 7% se posicionando contra e 8% neutros.

A ampla aprovação à regulação transcende a polarização política. Entre os entrevistados que se identificam com a esquerda, o apoio chega a 94%, enquanto entre os de direita, 75% concordam com a medida. Essa divergência mínima demonstra uma maturidade social para o debate, como aponta Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. "A população quer liberdade de expressão, mas também quer responsabilidade das plataformas diante dos conteúdos que hospedam", declarou Meirelles.

O estudo também revela preocupações significativas com a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. De acordo com 82% dos entrevistados, jovens estão excessivamente expostos, com 15% considerando essa exposição como um pouco alta e apenas 3% acreditando que não há exposição. Em sintonia com a necessidade de regulação, 81% dos brasileiros concordam que a ausência de regras deixa os jovens vulneráveis, enquanto 9% discordam e 10% se mantêm neutros.

No que diz respeito à responsabilização das empresas de tecnologia, 78% dos brasileiros defendem que as big techs sejam responsabilizadas pelo conteúdo publicado em suas plataformas. O apoio entre eleitores de esquerda atinge 82%, com uma ligeira queda para 68% entre os eleitores de direita.

Outro dado relevante da pesquisa é a percepção sobre o combate às fake news: 86% da população acredita que as plataformas digitais devem atuar ativamente contra a disseminação de notícias falsas.

A pesquisa foi realizada entre 11 e 14 de agosto de 2025, com 1.500 entrevistas distribuídas por todas as regiões do país. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.