57 trabalhadores são resgatados de condições análogas à escravidão em fazendas no norte do estado

Cinquenta e sete trabalhadores rurais foram resgatados em condições análogas à escravidão em duas fazendas no norte da Bahia, nos municípios de Gentio do Ouro e Várzea Nova. A operação, concluída nesta quarta-feira (18) pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, revelou situações desumanas, incluindo água contaminada armazenada em recipientes de produtos químicos, falta de equipamentos de proteção e alojamentos precários.
Os resgatados atuavam na extração de carnaúba e sisal. Em Gentio do Ouro, 42 trabalhadores foram encontrados sem segurança, sem banheiros adequados e com acesso à água imprópria para consumo, armazenada em galões reutilizados de produtos químicos. Dormiam em redes improvisadas e tomavam banho em canos. Já em Várzea Nova, 15 trabalhadores de lavouras de sisal recebiam salários inferiores ao mínimo e operavam máquinas perigosas sem proteção, resultando na perda de dedos de um dos resgatados. Os alojamentos não possuíam colchões ou higiene básica, e a alimentação era restrita e exposta a insetos.
A operação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), auditoria-fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Federal. As verbas rescisórias dos trabalhadores somam cerca de R$ 380 mil, sendo pagas parcialmente. Termos de Ajuste de Conduta (TAC) foram firmados com os empregadores, e os resgatados terão direito a seguro-desemprego especial, além de assistência social e encaminhamento para órgãos competentes. O MPT segue com inquéritos abertos para os empregadores identificados, buscando a negociação de indenizações e o pagamento integral das verbas rescisórias.
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