Baiano conquista título mundial de slackline e bate recorde na Bélgica

O baiano Matheus Vidal alcançou o topo do ranking mundial de slackline speed após conquistar a etapa da Copa do Mundo realizada na Bélgica, no final de abril. Único representante latino-americano na disputa, o atleta de Itamaraju superou o alemão Sascha Grill em um confronto de alto nível, completando a prova em impressionantes 46s76, tempo que lhe garantiu um novo recorde mundial.

"Estou muito feliz com o resultado. É sempre uma honra muito grande representar o Brasil e a Bahia em competições internacionais. Volto para casa com a certeza que dei o meu melhor", declarou Vidal após a vitória.

O retorno antecipado ao Brasil, segundo o atleta, é crucial para a preparação visando o segundo mundial da temporada, que acontecerá em Paris, entre 13 e 15 de junho. A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Sudesb) garantiu o apoio com as passagens para a viagem à capital francesa.

"Se permanecesse na Bélgica até a prova de Paris, teria que trabalhar para me manter, sem tempo suficiente para treinar. O retorno ao Brasil foi essencial para manter o foco total no desempenho", explicou o campeão.

Conhecido no meio esportivo como “Mago do Equilíbrio”, Matheus iniciou no slackline aos 22 anos, inspirado por um vídeo recomendado por seu então chefe enquanto trabalhava com instalação de antenas digitais em Itamaraju. Desde então, consolidou-se como referência na modalidade, acumulando diversos títulos. Em 2022, ele estabeleceu um marco ao quebrar o recorde de maior highline urbano das Américas, atravessando 510 metros de fita a 68 metros de altura, de olhos vendados, em São Paulo, superando a marca anterior de 333 metros.

Apesar do sucesso internacional, o slackline ainda busca maior reconhecimento no Brasil. "Temos cerca de 800 praticantes de highline no país, sendo apenas quatro da Bahia. Estou invicto desde 2017 e tenho mais títulos que qualquer outro brasileiro", destacou o atleta, que nutre o desejo de retornar à sua cidade natal para criar projetos sociais voltados ao esporte.

"Quero voltar para Itamaraju e ensinar slackline e highline para as crianças e jovens. Não tive acesso a esporte e arte quando era pequeno, mas quero transformar vidas na minha terra", concluiu Matheus Vidal, reiterando seu compromisso com o desenvolvimento da modalidade e com a comunidade onde cresceu.