Brasil condena ameaça militar dos EUA e reitera defesa da democracia

O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, reagiu firmemente às declarações da Casa Branca que sugeriram a possibilidade de uma ação militar contra o país, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota oficial divulgada nesta terça-feira, o Palácio do Planalto condenou, em mais uma ocasião, o que chamou de "tarifaço" e garantiu que as instituições brasileiras não serão intimidadas.
"O governo brasileiro condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia", declarou o texto, enfatizando que a proteção à liberdade de expressão passa, primeiramente, pela defesa da democracia e pelo respeito à vontade popular expressa nas urnas. Segundo o governo, "é esse o dever dos três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania". A nota concluiu repudiando "a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais".
No âmbito das redes sociais, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, atribuiu a fala do ex-presidente americano Donald Trump a uma articulação da família Bolsonaro. "Os Estados Unidos ameaçam invadir o Brasil para livrar Bolsonaro da cadeia", escreveu a ministra.
A manifestação do Itamaraty ocorreu após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o governo de Donald Trump estaria disposto a "usar meios militares" em caso de uma possível intervenção ou retaliação ao governo brasileiro, diante de uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"O presidente [dos EUA, Donald Trump] não tem medo de usar meios econômicos nem militares para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo", disse a porta-voz. "A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. Presidente Trump leva isso muito a sério, e por isso tomamos ações contra o Brasil", completou Leavitt.