Como e a partir de quando acontece o Conclave, processo para definir novo Papa

Com a notícia do falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, o termo "conclave" ascendeu rapidamente aos trending topics do X (antigo Twitter), refletindo o interesse público no processo de eleição do novo líder da Igreja Católica. Essa curiosidade é impulsionada pela natureza secreta e solene do conclave, além da coincidência com o sucesso de um filme homônimo, indicado ao Oscar e amplamente comentado online.
Atualmente, a Igreja vive o período de "Sé vacante", sem um Papa em exercício. O cardeal Kevin Joseph Farrell, responsável pelo anúncio da morte de Francisco, assume o papel de camerlengo, atuando como uma espécie de assistente temporário.
Uma série de ritos precede o início do conclave, com destaque para as cerimônias fúnebres. Já nesta segunda-feira, estão programadas uma missa de sufrágio na Basílica de São João de Latrão, conduzida pelo cardeal Baldo Reina, e os ritos de constatação do falecimento e deposição do corpo do Papa Francisco no caixão, cerimônia presidida pelo camerlengo Farrell na capela privada do pontífice.
O conclave, termo derivado do latim "cum clave" ("com chave"), é o processo pelo qual a Igreja Católica elege um novo Papa após a morte ou renúncia do anterior. Durante o conclave, os cardeais eleitores se reúnem para escolher o líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos em todo o mundo.
A eleição do novo Papa tem início entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice anterior. A assembleia de cardeais, realizada em local isolado para evitar influências externas, é restrita a cardeais com menos de 80 anos na data da Sé Vacante.
Desde 1878, o conclave acontece na Capela Sistina, no Vaticano. Os cardeais são alojados na Casa Santa Marta, nas proximidades, e mantidos em total isolamento, sem contato com o mundo exterior, circulando apenas entre a Casa Santa Marta e a Capela Sistina.
As votações são secretas, realizadas em cédulas de papel. Para ser eleito, o candidato necessita de pelo menos dois terços dos votos, com até quatro votações diárias até que esse quórum seja alcançado.
Após cada votação, as cédulas são queimadas. Se o Papa ainda não foi escolhido, adiciona-se uma substância química para produzir fumaça preta. A eleição do novo Papa é sinalizada pela queima das cédulas com um composto que gera a icônica fumaça branca.
Após ser eleito e aceitar o cargo, o religioso escolhe o nome papal e se apresenta ao público na sacada da Basílica de São Pedro.
Uma adaptação ficcional do processo eleitoral papal, inspirada no livro de Robert Harris, ganhou destaque em um filme homônimo estrelado por Ralph Fiennes. Apesar das indicações ao Oscar, o filme gerou controvérsia entre alguns membros da comunidade católica devido a reviravoltas na trama. O bispo e teólogo americano Robert Barron chegou a criticar o filme, aconselhando os fiéis a evitarem a produção.

