STF Retoma Atividades com Discurso de Barroso em Defesa da Democracia e Instituições

Publicado em 01/08/2025 às 13:53:48
STF Retoma Atividades com Discurso de Barroso em Defesa da Democracia e Instituições

O Supremo Tribunal Federal (STF) reinicia seus trabalhos nesta sexta-feira (1º) após o recesso de julho, com uma cerimônia oficial de abertura do semestre que contou com a presença de ministros e representantes dos Três Poderes. Em seu discurso inaugural, o presidente da Corte, ministro Luis Roberto Barroso, conduziu uma profunda reflexão sobre a história do Brasil e a importância da defesa das instituições democráticas.

Barroso traçou um panorama histórico, ressaltando as frequentes ameaças e tentativas de golpes que marcaram o país. "Não foram poucas as ameaças, a violência e o desrespeito ao Supremo Tribunal Federal", afirmou o ministro, relembrando episódios significativos da trajetória brasileira.

Para ilustrar a relevância da defesa democrática, o ministro fez uma alusão ao filme 'Ainda Estou Aqui', evocando o período da Ditadura Militar (1964-1985). "Nós vivemos uma ditadura. Ninguém me contou, eu estava lá. Para mim, para muitos de nós, o constitucionalismo e a democracia são importantes. São o antídoto para tudo o que eu descrevi", declarou, referindo-se aos chamados "anos de chumbo".

Durante sua fala, Barroso expressou apoio ao ministro Alexandre de Moraes, que tem sido alvo de sanções por parte do governo dos Estados Unidos. O presidente do STF listou uma série de eventos recentes que, em sua visão, atentaram contra o Estado Democrático de Direito, incluindo a tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília, a invasão à sede da Polícia Federal, a tentativa de explosão de artefato no próprio STF e as recorrentes alegações falsas sobre fraudes eleitorais.

Ele enfatizou que as ações penais em curso, denúnciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base em indícios de crime, têm sido conduzidas respeitando o devido processo legal e com total transparência em todas as suas etapas.

Barroso também mencionou as mudanças de posicionamento das Forças Armadas, as ameaças à integridade física de ministros e os acampamentos em quartéis, que culminaram nos eventos de 8 de janeiro. "Foi necessário um tribunal independente e atuante para evitar o colapso das instituições", concluiu.