Homem escravizado e forçado a tatuar iniciais dos patrões é resgatado em MG, diz ministério

Publicado em 27/04/2025 às 14:47:32
Homem escravizado e forçado a tatuar iniciais dos patrões é resgatado em MG, diz ministério

Uma operação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho resgatou duas vítimas de trabalho análogo à escravidão em Planura, no Triângulo Mineiro. Entre os dias 8 e 15 de abril, um homem de 32 anos e uma mulher transgênero de 29 foram libertados, e três homens – um contador de 57 anos, um administrador de 40 e um professor de 24 – foram presos em flagrante.

As investigações revelaram que o trio, que mantinha um relacionamento, aliciava pessoas LGBT+ em situação de vulnerabilidade com falsas promessas de emprego, moradia e estudo em uma instituição de ensino que mantinham. Após ganharem a confiança das vítimas, eles as submetiam a jornadas exaustivas e não remuneradas, acompanhadas de violência física, sexual e psicológica.

O homem resgatado, explorado por nove anos, foi forçado a tatuar as iniciais dos seus algozes nas costelas. A mulher trans, sob exploração por seis meses, sofreu um AVC durante o período. Ambos eram submetidos a trabalho doméstico e agressões constantes.

Os presos foram encaminhados para a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, e responderão por tráfico de pessoas para fins de trabalho em condição análoga à escravidão. A operação, denominada Novo Amanhã, foi desencadeada após denúncia recebida pelo Disque 100, que relatava trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual, agressões, extorsão e isolamento social.

Durante a ação, foram apreendidos celulares, notebooks e pen drives, e as investigações prosseguem para identificar outras possíveis vítimas. As pessoas resgatadas estão recebendo assistência médica, psicológica e jurídica na Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e no Unipac (Centro Universitário Presidente Antônio Carlos).