Interpol inclui deputada Carla Zambelli na lista vermelha a pedido do ministro Alexandre de Moraes

Publicado em 05/06/2025 às 18:04:50
Interpol inclui deputada Carla Zambelli na lista vermelha a pedido do ministro Alexandre de Moraes

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída na lista vermelha da Interpol, um mecanismo crucial para a cooperação internacional na localização e detenção de foragidos da Justiça. A solicitação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme despacho divulgado nesta quarta-feira (4).

A inclusão confere à parlamentar o status de procurada internacionalmente, permitindo sua prisão em outros países. A medida se soma à decisão de Moraes que já havia decretado a prisão preventiva de Zambelli e determinado o bloqueio de seus bens, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Essas ações foram tomadas após a deputada anunciar publicamente que deixou o território brasileiro, menos de um mês depois de ser condenada por unanimidade a dez anos de prisão pela Primeira Turma do STF.

O bloqueio patrimonial abrange uma vasta gama de ativos: passaportes da deputada, salários pagos pela Câmara dos Deputados, contas bancárias, ativos financeiros, veículos, imóveis, embarcações e aeronaves registrados em seu nome. Além disso, o ministro Moraes ordenou a exclusão dos perfis oficiais da parlamentar nas principais redes sociais, estipulando um prazo máximo de duas horas para o cumprimento, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

A inclusão de Carla Zambelli na lista vermelha da Interpol representa uma alteração na postura recente da organização, que havia negado solicitações similares envolvendo outras figuras ligadas ao bolsonarismo nos últimos anos, como os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. Em ambos os casos, os pedidos de inclusão foram recusados com base em procedimentos internos da entidade, que avalia se os mandados de prisão estão em conformidade com as regras internacionais, e também devido a pedidos de refúgio ou asilo político apresentados pelos indivíduos.

Allan dos Santos, que se encontra exilado nos Estados Unidos, teve sua prisão decretada em 2021 por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime. A Interpol negou a inclusão em sua lista, citando a falta de informações completas sobre a acusação de lavagem de dinheiro. Já Oswaldo Eustáquio é acusado de participação e incitação nos atos de vandalismo ocorridos em Brasília em 12 de dezembro de 2022, quando radicais bolsonaristas incendiaram ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal.