Itapetinga: CPI para investigar suposta falsidade em ofício atribuído ao prefeito Eduardo Hagge ganha força

Publicado em 06/08/2025 às 20:29:39
Itapetinga: CPI para investigar suposta falsidade em ofício atribuído ao prefeito Eduardo Hagge ganha força

A Câmara de Vereadores de Itapetinga, localizada no médio sudoeste baiano, deu um passo significativo para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O objetivo é apurar a autenticidade de um documento que teria partido do prefeito Eduardo Hagge (MDB) e que solicita a intervenção do governador Jerônimo Rodrigues (PT) no município. A proposta, apresentada pelo vereador Sidinei Mendes (PSD) na manhã desta quarta-feira (06), visa investigar uma suposta "falsidade ideológica".

Em sua fala, o vereador Sidinei Mendes destacou a importância da CPI para esclarecer os fatos, ressaltando o papel de Itapetinga como cidade polo e criticando a possibilidade de a cidade ser associada a escândalos. "Não sou defensor do prefeito, [tampouco] advogado dele — sou oposição. Respeito sua posição, mas só acreditarei quando ele se manifestar oficialmente com uma nota pública de defesa", declarou o parlamentar.

A mobilização no Legislativo municipal ocorre em decorrência da divulgação de um ofício que, para uma parcela dos vereadores, não teria sido assinado pelo prefeito. O documento em questão estaria relacionado ao acompanhamento de um processo eleitoral que envolve a cassação do diploma de um vereador condenado à prisão por ofensa a um servidor público.

A polêmica instalada no Legislativo se baseia na suspeita de falsificação do ofício, o que motivou a decisão pela abertura da CPI. Segundo informações apuradas pelo BN junto aos 15 vereadores, dez já sinalizaram apoio à instauração do colegiado. A vereadora Solange Santos (Solidariedade) expressou sua indignação: "Acredito que quem fez isso deve estar com os neurônios à flor da pele. Nós vamos saber quem é essa pessoa que pode fazer isso com qualquer um de nós que estamos aqui".

O ofício em questão, atribuído ao gestor municipal, defende "a importância desse tema para a lisura e a estabilidade democrática" de Itapetinga e solicita a adoção de "medidas cabíveis, no âmbito das competências [do Governador], para que se mantenha a decisão já proferida pelo TRE-BA".

É importante notar que Sidinei Mendes, proponente da CPI, é aliado do ex-vereador Diego Queiroz Rodrigues, conhecido como Diga Diga, político que está no centro do processo de cassação. Diga Diga teve sua prisão decretada pela Vara Especializada de Itapetinga, que revogou uma pena anterior e determinou o cumprimento da sentença em regime fechado.

Durante a sessão, diversos vereadores defenderam a abertura da CPI e negaram qualquer participação do prefeito Eduardo Hagge na suposta solicitação de intervenção. O vereador Anderson Cruz (União) foi enfático ao defender a integridade do prefeito: "Eduardo [Prefeito] é um cara íntegro. Ele vem fazendo com sua equipe é para avançar Itapetinga. Mas depara com pessoas que envergonham a política. Respeita o nome do prefeito quem está fazendo de má-fé. Não querem destruir só o vereador, querem destruir a gestão Eduardo Hagge. Não podemos aceitar que malandros vão falsificar o nome do prefeito. Ele é íntegro".

Em resposta à repercussão do ofício atribuído ao prefeito, os parlamentares reforçaram a suspeita de falsificação e refutaram qualquer pedido formal de intervenção por parte do gestor municipal. "As pessoas estão falsificando documentos em nome do prefeito para tentar tirar o mandato do vereador. Se algum suplente quiser a vaga, que lute nas urnas nas eleições de 2028. Deixem o vereador trabalhar”, concluiu Sidinei Mendes, em defesa do colega de Câmara.

O BN tentou contato com o vereador Sidinei Mendes e com o prefeito Eduardo Hagge para obter manifestação sobre o caso. Até o fechamento desta matéria, nenhum dos dois se pronunciou, e o espaço permanece aberto para esclarecimentos.