Jota Júnior anuncia aposentadoria após mais de 30 meses afastado das narrações

O jornalista esportivo José Francischangelis Júnior, popularmente conhecido como Jota Júnior, confirmou sua aposentadoria das narrações de partidas. Com 76 anos e mais de cinco décadas de experiência, o profissional estava afastado das transmissões há mais de 30 meses.

Em declaração ao UOL, Jota Júnior afirmou que a decisão de encerrar a carreira já havia sido tomada há algum tempo. "Pareceu. Não dá mais", disse ele, marcando oficialmente o fim de sua trajetória profissional.

Natural de Americana, Jota Júnior iniciou sua carreira em rádios do interior de São Paulo, passando posteriormente por emissoras na capital paulista, como Gazeta e Bandeirantes. Sua carreira ganhou projeção nacional com 24 anos de trabalho no Grupo Globo, onde foi desligado no início de 2023. Ele ingressou na emissora carioca em 1999, a convite de Galvão Bueno, e se consolidou na televisão.

Desde sua saída da Globo, Jota Júnior não retornou às narrações. Em desabafos recentes, inclusive em redes sociais, o narrador revelou que se sentia "meio descartado" na emissora nos anos anteriores à sua demissão, especialmente após a pandemia, percebendo a renovação da equipe e sua ausência nas principais escalações.

Em uma publicação que posteriormente apagou, Jota Júnior explicou os motivos de sua decisão. "A garganta já não é a mesma", declarou, ressaltando a importância de saber a hora de parar. Ele citou o etarismo e a necessidade de renovação do quadro de narradores como fatores que levaram ao desaparecimento de convites, além da autoavaliação sobre sua capacidade vocal, fôlego e agilidade de raciocínio.

"O pique para as maratonas de viagens e tudo mais" também foram mencionados como elementos cruciais para a função. Jota Júnior enfatizou a dinâmica exigente das transmissões ao vivo, que demandam improviso, atenção extrema e raciocínio rápido. "Confesso que nesta segunda-feira (11) não estaria apto a desenvolver um trabalho com a quase perfeição que se exige", admitiu, temendo passar vergonha e comprometer a qualidade da transmissão.

O narrador concluiu que parar era o passo mais responsável para não comprometer a jornada de trabalho, burlar as expectativas do telespectador e proteger o próprio ego. "Não é só abrir o microfone e falar. Temos que ter responsabilidade e respeito a quem nos defere com sua audiência. Passou. Foi bom enquanto a mente e o físico correspondiam."