Manuel Rocha avalia crescimento de conflitos de terra no sul do estado e chama grupos de "bandos armados, travestidos de índios"

Em entrevista ao Projeto Prisma, o deputado estadual Manuel Rocha (União) teceu duras críticas à atuação do governo baiano diante dos crescentes conflitos de terra no Extremo Sul da Bahia, que envolvem produtores rurais e grupos indígenas. O parlamentar classificou os grupos indígenas como "bandos armados, criminosos, travestidos de índios".

Rocha, que abordou o tema na comissão de agricultura, denunciou o que considera um "absurdo" na Bahia. Segundo ele, desde 2022, mais de 80 propriedades privadas foram invadidas por esses grupos, que ele descreve como portadores de armas pesadas e promotores de "sítios" nas propriedades rurais. O deputado citou estimativas da 'Agronex' que apontam para um prejuízo de R$500 milhões aos proprietários rurais, com a perda de mil empregos diretos e a ocorrência de duas mortes, atribuindo ao estado uma postura de omissão e falta de ação para coibir os crimes.

O deputado estadual afirmou que 40 das 80 propriedades rurais invadidas possuem decisões judiciais de reintegração de posse pendentes de cumprimento. Diante desse cenário, ele defendeu uma atuação enérgica da segurança pública, inclusive com o apoio da força nacional, para garantir o cumprimento das decisões judiciais.

Rocha também criticou o que chamou de "engavetamento" de uma CPI na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), proposta pela oposição para investigar a situação. Segundo ele, o objetivo da CPI era apurar a questão da "insegurança pública" e identificar quem estaria financiando as invasões. Apesar de contar com 30 assinaturas, incluindo 18 deputados da oposição, a CPI não avançou. O deputado destacou que a comissão de agricultura tem buscado dar voz aos produtores rurais e cobrar do governo do estado ações para solucionar o problema.