Morre Edy Star, ícone queer do Brasil e ex-parceiro musical de Raul Seixas, aos 87 anos

Faleceu nesta quinta-feira (24), aos 87 anos, o cantor baiano Edy Star, ícone da contracultura e pioneiro na arte queer no Brasil. Ele estava internado há mais de uma semana em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em São Paulo, após sofrer um acidente doméstico.
A notícia foi confirmada por Ricardo Santhiago, jornalista e amigo do artista, autor da biografia "Eu Só Fiz Viver: A História Oral Desavergonhada de Edy Star". Santhiago lamentou a perda nas redes sociais, relembrando a luta recente de Edy por uma transferência para um hospital, que só foi concretizada após apelo público. O cantor foi transferido para o Complexo Hospitalar Heliópolis, mas não resistiu.
Em nota, a equipe de Edy Star agradeceu o apoio e carinho do público, ressaltando que o artista viveu com "arte, coragem e liberdade". Os detalhes do funeral serão divulgados em breve.
Nascido em Juazeiro, Bahia, como Edivaldo Souza, Edy Star marcou a cena artística brasileira, especialmente nos anos 70. Antes da carreira musical, integrou a Companhia Baiana de Comédias (CBC), atuando em peças teatrais ao lado de nomes como Teca Calazans, Naná Vasconcellos e Geraldo Azevedo.
Sua trajetória na música o aproximou de Raul Seixas, com quem colaborou no disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10". Em 1972, Edy Star se dedicou à arte queer, tornando-se um dos primeiros artistas a se assumir no gênero no Brasil, apresentando-se em cabarés e adotando o nome artístico que o consagrou.
Seu último trabalho, o CD "Meu amigo Sérgio Sampaio", lançado em 2023, homenageia o compositor e conta com participações especiais como a de Zeca Baleiro.