Putin diz que Rússia tem força para vencer Guerra da Ucrânia sem arma nuclear

Em uma entrevista transmitida pela televisão estatal russa, marcando 25 anos de liderança, o presidente Vladimir Putin assegurou que a Rússia possui força e recursos suficientes para alcançar seus objetivos na Ucrânia, iniciados em 2022, sem recorrer a armas nucleares. Questionado sobre o risco de escalada nuclear no conflito, Putin afirmou que não houve necessidade de utilizar tais armamentos e expressou esperança de que não seja necessário fazê-lo.
A invasão da Ucrânia, ordenada por Putin em fevereiro de 2022, desencadeou o mais grave conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e intensificou as tensões entre Moscou e o Ocidente, relembrando os tempos da Guerra Fria. No poder desde 1999, o ex-tenente-coronel da KGB é o líder russo que por mais tempo ocupou o cargo desde Josef Stalin.
Enquanto críticos o descrevem como um ditador, apoiadores o veem como um salvador que resiste à OTAN e restaurou a ordem após a dissolução da União Soviética. Pesquisas indicam que Putin mantém altos índices de aprovação.
A entrevista, cuidadosamente planejada, mostrou Putin em momentos informais no Kremlin. Ele compartilhou que se ajoelhou para orar pela primeira vez durante a crise do teatro Nord-Ost em 2002. Refletindo sobre seus anos no poder, Putin afirmou que continua a compartilhar a mesma realidade que os cidadãos russos, expressando o desejo de que isso permaneça assim.
O conflito na Ucrânia tem gerado preocupações internacionais, com o ex-presidente dos EUA Donald Trump alertando sobre o risco de uma Terceira Guerra Mundial. Ex-diretor da CIA, William Burns, chegou a mencionar um risco real de uso de armas nucleares pela Rússia no final de 2022, algo que foi negado por Moscou. Trump tem expressado frustração com a falta de progresso nas negociações para encerrar a guerra, que ele descreve como um conflito por procuração entre os Estados Unidos e a Rússia.
O governo russo confirmou também a visita oficial do líder chinês Xi Jinping a Moscou, entre os dias 7 e 10, para participar das celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista, evento que também contará com a presença de outros líderes mundiais, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.