Repórter da TV Bahia é ameaçado por traficantes durante cobertura ao vivo em Salvador

O videorrepórter Rildo de Jesus, da TV Bahia, foi vítima de ameaças por traficantes enquanto realizava uma cobertura ao vivo na manhã desta segunda-feira (11). O incidente ocorreu no bairro da Chapada do Rio Vermelho, em Salvador, parte do Complexo do Nordeste de Amaralina, e foi transmitido durante o programa Bahia Meio Dia. Rildo estava cobrindo os danos causados por um tiroteio entre membros do Comando Vermelho (CV) e policiais militares quando foi surpreendido por aproximadamente quatro indivíduos armados.
"Fui ameaçado ali agora por cerca de quatro homens que apareceram ali naquela rua. Apesar da gente estar usando colete à prova de balas e do policiamento na região estar bastante intensificado, por questões de segurança, a gente vai deixar a região aqui da Chapada", relatou o profissional, visivelmente abalado, enquanto se afastava do local.
Em resposta ao ocorrido, a Rede Bahia emitiu uma nota repudiando a ação. "É inadmissível que profissionais da imprensa sejam alvo de intimidações, agressões ou qualquer forma de cerceamento ao exercício de sua função, essencial para a liberdade de expressão e o direito à informação da sociedade", declarou a emissora.
A TV Bahia detalhou o episódio, informando que um homem armado ordenou que Rildo deixasse a área. O repórter, prezando por sua integridade, acatou a ordem e narrou os fatos à distância. Ele passa bem e recebeu apoio da equipe no estúdio. A emissora reafirmou seu compromisso com a verdade e o direito à informação, condenando qualquer tentativa de silenciar ou coagir comunicadores.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) também se pronunciou, classificando o episódio como uma grave violação e reforçando a "urgente necessidade de adoção de protocolos de segurança e políticas claras de proteção aos profissionais". O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, destacou que veículos de comunicação têm o dever de garantir a segurança de seus repórteres, especialmente em áreas conflagradas, e que a busca pela notícia não pode colocar vidas em risco.
O sindicato também criticou o modelo de "motolink", onde o jornalista acumula funções de repórter, cinegrafista e piloto de motocicleta, aumentando sua vulnerabilidade, principalmente em zonas de risco. O Sinjorba ressalta que a agilidade na cobertura não pode se sobrepor à segurança extrema imposta aos profissionais que produzem a informação.
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— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) August 11, 2025