Servidor da Polícia Civil da Bahia é investigado por irregularidades graves: filho em diligências e uso de dependências para fins ilícitos

Publicado em 06/08/2025 às 03:05:38
Servidor da Polícia Civil da Bahia é investigado por irregularidades graves: filho em diligências e uso de dependências para fins ilícitos

A Polícia Civil da Bahia abriu duas frentes de investigação para apurar supostas irregularidades cometidas por um servidor que já ocupou os cargos de investigador e coordenador na capital baiana. As apurações, conduzidas por comissões distintas, focam em condutas ocorridas em diferentes unidades policiais, como a 9ª Delegacia Territorial (DT) do Boca do Rio e a 8ª DT de Valéria.

Uma das portarias, que tramita como processo administrativo disciplinar, aponta que o servidor teria permitido a participação de seu filho em diligências policiais, inclusive permitindo que ele dirigisse viaturas. Há ainda a investigação sobre a autorização para que menores, filhos do servidor, circulassem nas dependências da delegacia e tivessem acesso a armas na sala de investigação.

Outras denúncias graves incluem a possível adulteração da placa de uma viatura policial, visando dificultar sua identificação, e a apreensão e posterior liberação de uma motocicleta sem que houvesse registro da ocorrência ou o conhecimento da autoridade policial competente. Tais fatos teriam ocorrido entre 19 de junho de 2024 e 17 de maio de 2024, período em que o servidor estava lotado na 9ª DT/Boca do Rio.

Paralelamente, uma segunda portaria instaura sindicância para investigar outras condutas atribuídas ao mesmo servidor. Nesta apuração, o foco é esclarecer um possível favorecimento a indivíduos envolvidos em procedimentos policiais que tramitavam na 9ª DT/Boca do Rio.

A sindicância também abrange a suspeita de utilização das dependências da unidade policial para a prática de atos sexuais. Além disso, há a apuração sobre a participação do servidor na retirada e subsequente venda de peças de veículos que estariam apreendidos no pátio da 8ª DT, com o auxílio de dois mecânicos. As condutas investigadas nesta sindicância ocorreram em diferentes períodos: entre 19 de junho de 2021 e 17 de maio de 2024, e também entre 4 de junho de 2012 e 28 de janeiro de 2017, quando o servidor estava lotado na 8ª DT/Valéria.

As portarias foram assinadas pelo delegado-geral André Viana. As comissões responsáveis pelas apurações são compostas por delegados e têm prazos estipulados de 60 dias para o processo administrativo disciplinar e 30 dias para a sindicância, ambos com possibilidade de prorrogação em casos excepcionais.