Só 3 Assembleias Legislativas são presididas por mulheres no Brasil

Publicado em 04/05/2025 às 22:27:13
Só 3 Assembleias Legislativas são presididas por mulheres no Brasil

Apesar do aumento da participação feminina na política brasileira, a sub-representação em cargos de liderança persiste, com apenas três das 26 Assembleias Legislativas do país presididas por deputadas. Alliny Serrão (União Brasil-AP), reeleita presidente da Assembleia do Amapá, Iracema Vale (PSB-MA), que lidera o Legislativo maranhense, e Ivana Bastos (PSD-BA), presidente da Assembleia da Bahia, são as exceções.

Essas parlamentares relatam enfrentar preconceito e falta de reconhecimento, com cobranças maiores para provar sua capacidade e lidar com estereótipos. Ivana Bastos destaca a pressão sobre a vida privada das mulheres e as tentativas de impedir seu avanço político.

Em 2022, as mulheres conquistaram 18% das vagas nas Assembleias Legislativas, um avanço em relação aos 15% de 2018. No entanto, esse número contrasta com a filiação partidária, onde as mulheres representam 46%, e a proporção de candidaturas, que fica em torno de 34%. A pesquisadora Evorah Cardoso aponta para dificuldades e falta de apoio em todas as etapas da carreira política feminina.

Dados do TSE revelam que apenas 24% das candidatas de 2020 voltaram a concorrer em 2024, enquanto a taxa de "recandidaturas" masculinas gira em torno de 40%. A obrigatoriedade de destinar 30% das candidaturas a mulheres muitas vezes não é cumprida pelos partidos.

No cenário federal, a ausência de mulheres na presidência da Câmara e do Senado é notável. Em um ranking global de representação feminina em Assembleias Legislativas, o Brasil ocupa a 135ª posição.

A ex-deputada federal Manuela D’Ávila, afastada da política desde 2022, atribui sua decisão à violência política de gênero, à falta de punição para os agressores e à ausência de instrumentos de proteção.