Solidariedade e PRD firmam federação, se afastam de Lula e discutem apoio a Ronaldo Caiado em 2026

Os partidos Solidariedade e PRD anunciaram nesta quarta-feira (25) a formação de uma federação partidária, um movimento que visa fortalecer a atuação conjunta no Congresso Nacional. A oficialização ocorrerá no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
A nova federação une dez parlamentares e pretende consolidar uma posição mais organizada na oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de o Solidariedade ainda manter cargos na estrutura federal. A aliança busca mitigar a fragmentação partidária e assegurar o cumprimento da cláusula de barreira nas próximas eleições, em 2026, que estipula a necessidade de eleger, no mínimo, 13 deputados em nove estados.
A presidência da federação ficará a cargo de Ovasco Resende, ex-líder do Patriota, partido que se uniu ao PTB para formar o PRD em 2023.
Apesar de ter apoiado a coligação de Lula em 2022, o Solidariedade tem intensificado um distanciamento do governo federal desde o início deste ano. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), presidente do partido, tem expressado críticas ao governo e chegou a assinar um pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre fraudes no INSS. "Hoje já atuamos contra o governo na Câmara", declarou o parlamentar.
Marcos Vinícius Neskau, tesoureiro do PRD e ex-deputado estadual pelo Rio de Janeiro, endossou o discurso oposicionista da nova federação. "A insatisfação com o governo contribuiu para nos aproximar. Defendemos um perfil de oposição, como o PRD já tem feito nesta legislatura", afirmou.
Com esse afastamento do Palácio do Planalto, o Solidariedade e o PRD sinalizam um possível apoio à candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), à Presidência da República em 2026. Paulinho da Força já participou de um evento de lançamento simbólico da pré-candidatura de Caiado na Bahia e declarou: "Nós já oferecemos a legenda a Caiado. Ele representa um caminho mais ao centro, sem radicalismos. Não queremos apoiar nem o PT, nem um nome bolsonarista".
Vale ressaltar que, apesar do interesse de Caiado em disputar o Planalto, ele ainda não possui o apoio formal do União Brasil, partido ao qual é filiado. O presidente da legenda, Antonio Rueda, não esteve presente no evento que marcou a primeira manifestação pública de Caiado em direção à corrida presidencial. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.