Trump pressiona museus americanos por alinhamento ideológico antes dos 250 anos dos EUA

O governo do ex-presidente Donald Trump planeja intervir em museus americanos, buscando alinhar as exposições às suas visões e perspectivas históricas, segundo informações do The Wall Street Journal. A Casa Branca pretende promover uma série de mudanças nas mostras institucionais, com o objetivo de que estas reflitam a chamada "verdade e sanidade à história americana", conforme ordem executiva do então mandatário. Essas alterações são planejadas para anteceder as comemorações do aniversário de 250 anos dos Estados Unidos.
Em carta direcionada a Lonnie Bunch, secretário da Smithsonian Institution, entidade responsável pela administração de museus nos EUA, três altos funcionários do governo expressaram o desejo de garantir que as instituições apresentem a "unidade, o progresso e os valores duradouros que definem a história americana". A iniciativa abrange exposições de arte, conteúdos curatoriais online, planejamento de novas mostras, utilização de acervos e o repasse de bolsas para artistas.
A carta, enviada nesta terça-feira (12), destaca que o objetivo principal é assegurar o alinhamento com a diretiva presidencial de celebrar o "excepcionalismo americano", remover "narrativas divisórias ou partidárias" e restaurar a confiança nas instituições culturais do país. O conselho da Smithsonian concordou em realizar uma revisão completa do conteúdo de seus museus para supostamente eliminar influências e preconceitos políticos.
O desejo de Trump, já noticiado pela Folha de S.Paulo, é que a produção artística valorize um suposto passado glorioso dos Estados Unidos. Um exemplo desse plano é a criação de um "Jardim Nacional aos Heróis Americanos", um projeto com custo estimado em US$ 64 milhões, que prevê a exposição de estátuas de figuras como George Washington, Mark Twain e Martin Luther King Jr. O local para este monumento ainda não foi definido.