Advogada Lalesca Moreira relata desafios e resistência no exercício da profissão

A persistência do preconceito contra símbolos religiosos de matriz africana, como vestimentas brancas, colares sagrados e o uso de cobertura na cabeça, continua a ser uma realidade em diversos setores da sociedade, inclusive no sistema jurídico. A advogada criminalista baiana Lalesca Moreira, especialista em Direito Penal e Processo Penal, relata como a sua fé no Candomblé e a sua ancestralidade se manifestam em sua trajetória profissional.
Em entrevista, Lalesca compartilha os impactos da sua identidade religiosa em sua vida cotidiana e no exercício da advocacia, especialmente após a sua iniciação religiosa. Ela relata que, apesar de já compartilhar sua rotina profissional, a percepção das pessoas mudou após a sua iniciação.
As práticas de vestir branco, cobrir a cabeça e evitar certos lugares fazem parte das obrigações do resguardo religioso, período de um ano após a iniciação. Lalesca enfatiza que jamais consideraria renunciar à sua fé para evitar confrontos ou críticas. Sua fé é um valor fundamental, e ela se recusa a comprometer seu trabalho ou seu resguardo religioso.