Alckmin rebate Trump e defende Brasil como parceiro comercial dos EUA: "não tem parceiro melhor"

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, refutou neste sábado (16) as críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que o Brasil "não tem parceiro melhor do que o Brasil". Alckmin destacou que 74% dos produtos americanos vendidos ao Brasil não sofrem taxação e que a média tarifária é de apenas 2,7%. "Das 20 maiores economias do mundo, só com três países os Estados Unidos têm superávit [na balança comercial]. Só três: Austrália, Reino Unido e Brasil", declarou.

As declarações de Trump, que na quinta-feira (14) rotulou o Brasil como um parceiro comercial ruim, com leis inadequadas e acusou o país de promover uma perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, contrastam com os dados. Trump alegou que o Brasil impõe tarifas "enormes" aos produtos americanos, enquanto os EUA "praticamente não cobram nada". Contudo, o Brasil acumula um déficit comercial com os EUA há 17 anos, indicando que os americanos vendem mais ao país do que compram.

A menção às tarifas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi contextualizada como uma tentativa de anistiar seu pai e sancionar o ministro do STF Alexandre de Moraes. O vice-presidente criticou o parlamentar ao comentar o cancelamento de uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, que acabou se encontrando com Eduardo no dia previsto.

Alckmin assegurou que o governo brasileiro manterá o diálogo e as negociações para buscar a redução das tarifas americanas sobre produtos brasileiros, que chegam a 50%. Para mitigar os impactos, o governo enviou ao Congresso uma medida provisória e um projeto de lei complementar, com medidas de apoio às empresas brasileiras afetadas. A MP já está em vigor e o projeto de lei aguarda votação rápida, por estarem vinculados.

As ações incluem o fortalecimento de um fundo de apoio a exportações e a ampliação do prazo para que exportadores vendam produtos sem o pagamento de impostos. Em outra frente, Alckmin visitou uma concessionária em Brasília e ressaltou o aumento de 108% nas vendas de veículos em julho, comparado à média do primeiro semestre, após a zeragem do IPI para carros compactos e econômicos produzidos no Brasil. O programa impulsionou as vendas desses modelos em 16,7% em relação ao ano anterior, destacando sua importância social como "carro de entrada, o carro mais barato".