Boulos avisa a aliados que desistiria de reeleição na Câmara para ser ministro de Lula

Publicado em 10/05/2025 às 19:28:07
Boulos avisa a aliados que desistiria de reeleição na Câmara para ser ministro de Lula

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) sinalizou a aliados a possibilidade de não buscar a reeleição para a Câmara, abrindo caminho para integrar o governo Lula (PT) até 2026, caso seja formalmente convidado. Boulos teria manifestado que sua prioridade é a reeleição do presidente Lula e que a performance do PSOL nas urnas não depende necessariamente de sua candidatura para garantir acesso a recursos do fundo partidário e tempo de propaganda.

A decisão final de Lula é aguardada para breve, após seu retorno da China. O presidente considera Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência, em substituição a Márcio Macêdo, uma ideia que vem sendo amadurecida desde o início do ano, quando Lula começou a planejar a reforma ministerial. A possibilidade de Boulos concorrer a um novo mandato representaria um obstáculo para sua nomeação, o que levou Lula a sondá-lo sobre a disposição de permanecer no governo até o fim do mandato.

Um dos desafios da reforma ministerial é a desincompatibilização de ministros que pretendem concorrer nas eleições de 2026, que precisam deixar seus cargos até seis meses antes do pleito. Lula tem manifestado a intenção de evitar nomear ministros que planejem deixar o governo em 2026.

Embora um convite formal ainda não tenha sido feito, Boulos teria concordado com a condição de não disputar as eleições para se engajar no projeto político de Lula. No entanto, imprevistos como as recentes quedas de ministros têm postergado a conclusão da reforma.

A experiência de Boulos como líder do MTST pode fortalecer a articulação com movimentos sociais e a defesa do governo nas redes sociais. Lula já demonstrou seu apreço por Boulos, articulando o apoio do PT à sua candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2020, indicando inclusive Marta Suplicy como vice na chapa.

Ainda durante a transição de governo, em 2022, Boulos foi cotado para assumir um ministério, mas a possibilidade não se concretizou devido à sua pré-candidatura à prefeitura. Inicialmente, o nome de Gleisi Hoffmann era considerado para a Secretaria-Geral, mas a sua nomeação para a articulação política abriu espaço para Boulos.

Segundo aliados de Lula, a intenção é reanimar o eleitorado de esquerda, consolidando a base histórica para garantir o sucesso nas eleições de 2026, especialmente em um momento em que setores do centrão no governo flertam com a oposição. Recentemente, Lula deu mais um passo nessa direção ao substituir a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, por Márcia Lopes, ambas do PT.