Brasil mantém excelência em reciclagem de latas de alumínio em 2024: 97,3% das embalagens voltam ao ciclo produtivo

Publicado em 14/08/2025 às 17:27:36
Brasil mantém excelência em reciclagem de latas de alumínio em 2024: 97,3% das embalagens voltam ao ciclo produtivo

O Brasil reafirmou sua posição de destaque na reciclagem de latas de alumínio em 2024, registrando uma taxa de 97,3% de reaproveitamento. O índice, divulgado pela Recicla Latas nesta quinta-feira (14), mantém uma trajetória notável de 16 anos consecutivos com patamares superiores a 96%.

Em 2023, o país alcançou um índice de 99,6% no reaproveitamento, com 33,9 bilhões das 34,8 bilhões de latas comercializadas sendo recicladas. Vale lembrar que em 2022, o Brasil chegou a superar a marca de 100% de reciclagem, demonstrando uma eficiência que fez com que mais latas fossem recicladas do que vendidas naquele período. O ciclo completo, do descarte ao retorno às prateleiras, leva em média 60 dias.

Renato Paquet, secretário-executivo da Recicla Latas, atribui o expressivo desempenho à solidez da logística reversa no país. Essa prática, embasada na Lei 12.305/2010, impõe aos fabricantes a responsabilidade pelo retorno e tratamento adequado dos resíduos gerados por seus produtos.

O trabalho árduo e fundamental dos catadores, muitos em situação de vulnerabilidade social, é reconhecido como um pilar para a manutenção desses altos índices. O Movimento Nacional dos Catadores estima que aproximadamente 800 mil profissionais atuem na coleta de materiais recicláveis em todo o território nacional. Em 2020, um termo de compromissos firmado entre a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a Associação Brasileira da Lata de Alumínio (Abralatas) e o Ministério do Meio Ambiente visou investimentos para aprimorar a renda e as condições de trabalho dessa categoria.

Janaina Donas, presidente da Abal, ressalta que a reciclagem no Brasil transcende a esfera ambiental, configurando-se como uma "estratégia de competitividade, segurança de suprimento e caminho essencial para a descarbonização do setor". Complementando, Cátilo Cândido, presidente da Abralatas, destaca que a cadeia de reciclagem de latas é um motor de geração de renda e oportunidades em todas as regiões do país.

Por outro lado, Roberto Rocha, presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), defende a necessidade de um pagamento específico pelo serviço de coleta, além da remuneração pelo material reciclável. Ele sugere que prefeituras, com o suporte da iniciativa privada, possam financiar o trabalho dos catadores, contemplando também os profissionais autônomos que não estão vinculados a cooperativas.