Brasileira é localizada imóvel em penhasco rochoso na Indonésia

Juliana Marins, 26 anos, brasileira desaparecida na Indonésia após cair durante uma trilha em direção ao vulcão Rinjani na última sexta-feira (20), foi localizada. No entanto, as equipes de resgate enfrentam severos obstáculos ambientais e climáticos para alcançá-la e realizar o salvamento.
Segundo Mariana Marins, irmã da brasileira, em publicação nas redes sociais, a confirmação de que Juliana foi avistada veio com a informação de que as equipes de resgate estavam se dirigindo ao local. Mariana ressaltou a dificuldade do ambiente de alta montanha, com obstáculos naturais que impedem o acesso aéreo, inclusive por helicóptero e drones.
Informações do parque indicam que Juliana foi localizada, por volta das 6h30 (horário de Brasília) deste domingo, a cerca de 500 metros de profundidade. A brasileira estaria presa em um penhasco rochoso e aparentava estar imóvel. Duas equipes de resgate foram mobilizadas, mas a instalação de ancoragem para o acesso foi impossibilitada devido a grandes saliências rochosas encontradas antes de chegar à vítima.
As operações de resgate têm sido dificultadas por terrenos extremos e condições climáticas que mudam rapidamente, como neblina espessa que reduz a visibilidade. Por medidas de segurança, as equipes precisaram recuar para posições mais seguras. A possibilidade de resgate via helicóptero também foi avaliada, considerando o período crítico de 72 horas para operações em áreas selvagens.
A irmã de Juliana expressou preocupação com a continuidade do resgate, mas também mencionou a chegada de reforços qualificados para auxiliar a equipe já no local.
O Itamaraty, na noite deste domingo (22), confirmou que solicitou ao governo da Indonésia o reforço das buscas. A solicitação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em nome do governo brasileiro. Equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia estão atuando no terceiro dia de buscas no Rinjani, vulcão com 3.726 metros de altura na ilha de Lombok.
Na madrugada desta segunda-feira (23), Juliana Marins estava desaparecida há mais de 72 horas. Mariana Marins informou que o resgate havia sido interrompido novamente devido às condições climáticas. Segundo ela, as equipes avançaram apenas 250 metros em um dia, recuando antes de alcançar os 350 metros restantes para chegar à Juliana. A família pede urgência na chegada do resgate.
A Embaixada do Brasil em Jacarta tem mantido contato com as autoridades locais e recebido relatos sobre o andamento dos trabalhos. Dois funcionários da embaixada se deslocarão até o local para acompanhar as tentativas de resgate. A primeira-dama, Janja Lula da Silva, manifestou preocupação com o caso e conversou com o ministro das Relações Exteriores sobre os detalhes e o empenho em auxiliar no resgate.
A trilha para o vulcão Rinjani é considerada uma das mais populares da Indonésia, mas exige alto preparo físico. O percurso até o cume pode levar até quatro dias. O vulcão, com 3.726 metros de altitude, está localizado na ilha de Lombok e é o segundo maior do país. A vista do topo é uma grande atração do Parque Nacional do Monte Rinjani, uma área de 41 mil hectares. O parque adverte que acidentes graves, incluindo fatalidades, já ocorreram em trilhas conduzidas por guias locais, mesmo com a existência de certificação. Recomenda-se o uso de guias licenciados e o aluguel de equipamentos em centros próximos à montanha, mediante assinatura de termo de responsabilidade. Equipamentos como botas, jaquetas impermeáveis e lanternas de cabeça são sugeridos, e bastões de caminhada são aconselhados para quem busca o topo. A temperatura durante o trajeto pode chegar a 4ºC devido à altitude e umidade.
A família da brasileira criticou a demora no resgate e contestou informações divulgadas sobre o apoio à Juliana. Mariana Marins afirmou que não é verdade que a equipe de resgate levou água, comida e agasalho à sua irmã, e que até aquele momento não haviam conseguido chegar até ela. A irmã também pediu uma atualização com informações reais sobre a localização de Juliana, que poderia ter se movimentado, e ressaltou a preocupação com a "corrida contra o tempo" para salvá-la.