Cassação de Carla Zambelli: Comissão da Câmara ouve cinco testemunhas e deputada antes de votar

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados definirá o futuro político da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) após a oitiva de cinco testemunhas e da própria parlamentar. A decisão surge em meio a um processo que analisa a cassação de seu mandato.

O relator do caso, Diego Garcia (Republicanos-PR), terá cinco sessões para apresentar sua conclusão, que será subsequentemente votada pelo plenário da CCJ, sob presidência de Paulo Azi (União). Contudo, a palavra final sobre a cassação pertencerá ao plenário da Câmara dos Deputados.

O assunto gera divisão dentro da própria bancada do PL. Enquanto alguns congressistas apostam em um relatório pela não cassação e em votos para manter Zambelli no cargo, outros apontam que, mesmo sem extradição, o exercício do mandato da Itália seria inviável.

Zambelli fugiu do Brasil para evitar o cumprimento de uma pena de dez anos de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A condenação se deu por sua participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A inclusão de testemunhas no processo foi solicitada pela defesa de Zambelli, com a expectativa de estender a tramitação por diversas sessões. As datas para as oitivas ainda não foram definidas por Azi e Garcia.

Espera-se que Carla Zambelli preste depoimento por videoconferência. Entre as testemunhas convocadas estão o hacker Walter Delgatti Neto, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Michel Spiero (assistente técnico da defesa), o delegado Flávio Vieitez Reis e o policial federal Felipe Monteiro de Andrade.

Em pronunciamento oficial, o presidente da CCJ, Paulo Azi, declarou que o objetivo é "assegurar o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa parlamentar e os ritos regimentais".