Católicos, segundo maior grupo religioso dos EUA, devem perder posição para os sem religião até 2050

Publicado em 09/05/2025 às 10:10:07
Católicos, segundo maior grupo religioso dos EUA, devem perder posição para os sem religião até 2050

O catolicismo romano nos Estados Unidos, marcado por uma história de imigração forçada e longos períodos na vice-liderança religiosa, enfrenta um futuro incerto. No entanto, a recente eleição do Papa Leão 14, o primeiro pontífice americano, adiciona um novo capítulo a essa trajetória.

Apesar desse marco histórico, o catolicismo nos EUA tem demonstrado um declínio recente. Na última década, a religião teve um decréscimo de 0,32% em sua base de fiéis, contrastando com o crescimento de 1,68% durante o século 20. Dados da World Christian Database indicam um aumento progressivo no número de católicos americanos até 2015, atingindo um pico de 72,8 milhões. O crescimento mais acentuado ocorreu entre as décadas de 1950 e 1970, com uma taxa média de 2,33% ao ano.

Ainda que o número de seguidores tenha aumentado, o catolicismo nos EUA acompanha a tendência global de desaceleração no ritmo de crescimento. Isso significa que, embora o número total de católicos possa aumentar, a taxa de crescimento é menor do que a da população em geral, resultando em uma perda de espaço proporcional dentro do país. Desde 1970, quando os católicos representavam 24,1% da população americana, essa porcentagem tem apresentado uma leve tendência de queda, chegando a 20,5% em 2020.

Historicamente, os protestantes lideram o cenário religioso nos EUA, desde a criação do país por imigrantes em busca de liberdade religiosa. O catolicismo nunca representou uma ameaça numérica real a esse domínio protestante. Atualmente, a maior ameaça ao catolicismo é o crescente número de pessoas sem religião no país. Projeções indicam que a vice-liderança do catolicismo pode chegar ao fim até 2050.

Embora o percentual de protestantes também esteja diminuindo, a tendência de estabilidade observada desde 2000 pode indicar que o número está próximo de um patamar fixo. Em contrapartida, o número de pessoas que se declaram sem religião tem crescido exponencialmente, seguindo uma tendência global. Nos EUA, esse número multiplicou-se em mais de 15 vezes no século 20, e a projeção é que ultrapasse 25% da população até 2050.

Apesar das projeções menos otimistas, o catolicismo americano continua sendo um reduto importante. Os EUA ocupam o quarto lugar no ranking de países com as maiores populações católicas, com cerca de 85,3 milhões de fiéis em 2024. Essa eleição do Papa Leão 14 representa uma reviravolta inesperada na trajetória descendente do catolicismo nos EUA. O país, juntamente com México e Brasil, concentra quase um quarto de todos os católicos do mundo. As Américas, como um todo, abrigam cerca de 589,2 milhões de católicos romanos, o que corresponde a mais de 40% do catolicismo mundial, demonstrando a descentralização da religião e sua expansão para além do reduto europeu.