Copiloto passa mal e comandante fica trancado fora da cabine durante voo da Lufthansa

Publicado em 18/05/2025 às 01:05:14
Copiloto passa mal e comandante fica trancado fora da cabine durante voo da Lufthansa

Um voo da Lufthansa operou por aproximadamente dez minutos sem a presença de supervisão na cabine de comando no dia 17 de fevereiro de 2024. O incidente ocorreu a bordo do voo LH77X, que seguia de Frankfurt, na Alemanha, para Sevilha, na Espanha, transportando 205 pessoas. A situação, revelada publicamente apenas na última quinta-feira (15) por meio de um relatório oficial da Comissão de Investigação de Acidentes e Incidentes de Aviação Civil da Espanha (CIAIAC), foi desencadeada após o copiloto passar mal e o comandante ficar impedido de retornar à cabine.

De acordo com o relatório, o avião operava em altitude de cruzeiro, com o piloto automático engajado, quando o comandante deixou a cabine para ir ao banheiro por volta das 10h31. A normalidade foi quebrada às 10h39, quando ele tentou reentrar e não conseguiu destravar a porta digitando o código de segurança. Tentativas subsequentes falharam, assim como um contato telefônico realizado por um comissário.

Somente às 10h42, após a ativação do código de emergência, o copiloto conseguiu abrir a porta. O relatório descreve o copiloto em "evidente mal-estar físico", "pálido" e "suando". Inicialmente suspeitou-se de um ataque cardíaco, mas exames posteriores diagnosticaram um possível transtorno convulsivo, que não havia sido detectado em avaliações médicas anteriores. Apesar de possuir certificação médica válida e sem restrições para voar, sua licença foi temporariamente suspensa por precaução.

Diante da emergência médica, o comandante decidiu desviar a aeronave para Madri. O pouso no Aeroporto Internacional Adolfo Suárez Madri-Barajas ocorreu em segurança cerca de 20 minutos depois.

O relatório da CIAIAC teceu críticas à ausência de um segundo membro autorizado da tripulação na cabine durante a saída do comandante. O documento aponta que essa falta atrasou a identificação do problema e limitou as opções de resposta imediata. A comissão recomendou que a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) revise suas regulamentações para tornar obrigatória a presença contínua de duas pessoas autorizadas na cabine sempre que um dos pilotos se ausentar.

A Lufthansa ainda não emitiu um posicionamento oficial sobre o incidente. O voo para Sevilha foi retomado após um atraso de aproximadamente cinco horas.