Corredor bioceânico: Ligação rodoviária entre Brasil e Chile reduzirá preço da carne e salmão, diz Tebet

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou que a conclusão do Corredor Bioceânico, uma ligação rodoviária entre Brasil e Chile, tem o potencial de baratear os alimentos comercializados entre os dois países. A declaração ocorreu durante o Fórum Empresarial Brasil-Chile, em Brasília, com a presença do presidente chileno Gabriel Boric.

A previsão é que a obra, que está em andamento, seja finalizada em maio de 2026. Atualmente, 200 km de pavimentação estão em curso no Paraguai, com expectativa de conclusão até dezembro do próximo ano, possivelmente antes do prazo.

O Corredor Bioceânico utilizará estradas existentes, trechos em melhoria e novos pavimentos, conectando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai), construída pela Itaipu Binacional, é um ponto central do projeto.

A rota promete otimizar o comércio, especialmente para produtos como carne bovina brasileira e pescados chilenos. Atualmente, o transporte de carne e grãos de Mato Grosso do Sul ao Chile envolve um trajeto mais longo pelo Rio Grande do Sul.

Simone Tebet estima que a redução no tempo de viagem pode levar a uma queda de 24% no preço da carne para o consumidor chileno, além de tornar os pescados chilenos mais acessíveis no Brasil.

O presidente Gabriel Boric celebrou o acordo, ressaltando seus benefícios para o turismo, unindo o Pantanal e o Deserto do Atacama. Ele enfatizou que o corredor promoverá o comércio e o encontro entre os povos.

Em 2024, o Brasil exportou R$ 38 bilhões para o Chile e importou R$ 28,27 bilhões, resultando em um saldo positivo de quase R$ 10 bilhões e um fluxo comercial total de R$ 66 bilhões. Os principais produtos brasileiros exportados para o Chile são petróleo, carne bovina e veículos, enquanto o Brasil importa principalmente cobre, pescados e minérios do Chile.