EUA cancelam vistos da esposa e filha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em meio a sanções contra brasileiros ligados ao Mais Médicos

Publicado em 15/08/2025 às 17:09:48
EUA cancelam vistos da esposa e filha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em meio a sanções contra brasileiros ligados ao Mais Médicos

O governo dos Estados Unidos revogou os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). As duas, que estão no Brasil, foram notificadas da decisão nesta sexta-feira (15) por meio de comunicados do Consulado-Geral dos EUA em São Paulo. Os documentos indicam que a revogação ocorreu após a emissão dos vistos, pois "surgiram informações indicando" que ambas não seriam mais elegíveis. Com o cancelamento, a entrada em território americano fica impedida.

Alexandre Padilha, que liderou o Ministério da Saúde em 2013, quando o programa Mais Médicos foi criado, informou que seu visto está vencido desde 2024 e, portanto, não foi alvo da medida.

A ação contra os familiares do ministro acontece na mesma semana em que o Departamento de Estado americano anunciou a revogação de vistos de outros brasileiros associados ao programa Mais Médicos. Entre os afetados estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta e atual coordenador-geral para a COP30.

A embaixada americana em Brasília, através de uma postagem atribuída à Agência para as Relações com o Hemisfério Ocidental, classificou o programa Mais Médicos como "um golpe diplomático que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas [Organização Pan-Americana da Saúde]".

Na última quarta-feira (13), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) repercutiu a decisão, afirmando que ela "reforça o compromisso da administração Trump em conter e punir regimes autoritários". Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato para residir nos Estados Unidos, onde, segundo ele e familiares, busca apoio de Donald Trump para a imposição de sanções ao Brasil. O grupo alega que essas medidas visariam "punir" o país pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

O parlamentar, que é investigado pelo STF por suposta obstrução de processos, mantém atuação junto ao governo norte-americano em defesa de medidas contra o Brasil, mesmo afastado do cargo.