EUA matam dezenas em maior ação contra houthis no Iêmen

Um ataque aéreo dos Estados Unidos a um porto de combustível no Iêmen, na quinta-feira (17), resultou na morte de pelo menos 80 pessoas, segundo a Al Masirah, emissora controlada pelos rebeldes houthis. Se confirmado, este seria um dos ataques mais letais de Washington contra o grupo apoiado pelo Irã.
O Exército americano reivindicou a destruição do terminal de petróleo de Ras Issa, no Mar Vermelho, visando cortar o suprimento de combustível e o financiamento dos houthis. Em resposta, os rebeldes anunciaram o lançamento de mísseis contra Israel e ataques aos porta-aviões americanos Harry S. Truman e Carl Vinson, próximos à costa do Iêmen.
Os EUA intensificaram os ataques aéreos desde 15 de março, numa tentativa de conter a ofensiva houthi contra embarcações civis e militares em águas cruciais para o comércio global. O porta-voz do Ministério da Saúde houthi, Anees al-Asbahi, informou que 171 pessoas ficaram feridas nos ataques de quinta-feira, incluindo socorristas e equipes de ambulância.
Os houthis, que controlam vastas áreas do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, iniciaram seus ataques no final de 2023 em apoio aos palestinos na Faixa de Gaza, durante o conflito entre o Hamas e Israel. O grupo também tem tentado atingir Israel diretamente, com um míssil interceptado por Tel Aviv nesta sexta-feira.
Imagens da Al-Masirah mostraram um grande incêndio e densa fumaça envolvendo navios atracados no porto. O Comando Central dos EUA (Centcom) justificou os ataques como um esforço para "enfraquecer a fonte de poder econômico dos houthis", acusando o grupo de usar as receitas do porto para financiar ações que "aterrorizam toda a região por mais de 10 anos".
Os EUA, que designaram os houthis como organização terrorista em março, também impuseram sanções a um banco iemenita e seus dirigentes, alegando que fornecem apoio essencial ao grupo. Em resposta, os houthis convocaram manifestações em áreas sob seu controle, "contra os bombardeios americanos e em apoio aos palestinos em Gaza".
A ofensiva dos rebeldes tem causado o bloqueio do Canal de Suez, impactando o tráfego marítimo mundial, forçando empresas a realizar desvios mais longos e dispendiosos. Tanto o governo Biden quanto a administração Trump prometeram continuar a ação militar até que os houthis deixem de representar uma ameaça à navegação marítima.