Judiciário e cartórios têm 5 carreiras com maior remuneração no Brasil, aponta levantamento

Publicado em 17/05/2025 às 03:05:14
Judiciário e cartórios têm 5 carreiras com maior remuneração no Brasil, aponta levantamento

Um vídeo de uma magistrada que viralizou em janeiro deste ano nas redes sociais reacendeu o debate sobre os salários no Poder Judiciário. No registro, a juíza afirmava que a percepção pública sobre os valores recebidos pela categoria estaria equivocada, sugerindo que o salário seria "muito menor do que está no imaginário popular". Ela chegou a brincar que "Alguém está ficando com grande parte do meu salário". Conforme o relato da magistrada, a remuneração de um juiz, no estado de Minas Gerais, onde ela atua, varia entre R$ 24 mil e R$ 45 mil, incluindo os chamados "penduricalhos".

A discussão ganha novas perspectivas com dados recentes de um levantamento. A pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025, que utilizou informações declaradas à Receita Federal no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) referente ao ano-calendário de 2022, revelou os rendimentos médios de diversas carreiras públicas no país, com destaque para as áreas jurídicas. O estudo, que comparou os ganhos do setor público com a medicina (atualmente a 6ª categoria mais bem paga), trouxe números que contrastam com a percepção de salários modestos.

No topo da lista de rendimentos médios, figuram os titulares de cartórios, com uma média mensal expressiva de R$ 159.999. Esse valor supera em mais de duas vezes a remuneração de qualquer outra carreira pública analisada, evidenciando o alto potencial de lucratividade da função.

Logo abaixo no ranking aparecem os membros do Poder Judiciário (ministros, juízes e desembargadores) e do Tribunal de Contas (ministros e conselheiros), com um rendimento médio mensal de R$ 69.755. Tais valores colocam em evidência a polêmica em torno dos "penduricalhos" — benefícios, gratificações e adicionais pagos além do salário-base, que não são classificados como verbas remuneratórias e que, em alguns casos, podem levar os vencimentos a ultrapassar o teto constitucional do funcionalismo público.

Na sequência, vêm os membros do Ministério Público, com um rendimento médio de R$ 68.999 por mês. A lista de categorias analisadas pelo estudo é completada por diplomatas, com salários médios de R$ 48.700, e advogados do setor público, com R$ 38.161. Embora menores que as remunerações no topo do Judiciário e dos cartórios, esses valores ainda se situam acima da média geral do setor público e muito distantes da realidade salarial da maioria dos trabalhadores na iniciativa privada.

Os números divulgados pelo levantamento chamam atenção para os altos rendimentos em certas carreiras do Judiciário e para os titulares de cartório, apontando para uma disparidade salarial significativa quando comparados a outras funções no serviço público ou no setor privado.