Ex-diretora de presídio de Eunápolis planejava fugir ao RJ após facilitar fuga de detentos por R$ 1,5 milhão

Novas informações divulgadas apontam que Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, teria recebido R$ 1,5 milhão para facilitar a fuga de 16 detentos em dezembro do ano passado. Além disso, há indícios de que ela planejava fugir para o Rio de Janeiro com Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como Dada, apontado como líder da facção Primeiro Comando de Eunápolis.
A fuga, que ainda mantém 15 presos foragidos, foi orquestrada com detalhes. Segundo o processo revelado pelo BATV, os detentos teriam utilizado uma furadeira para abrir um buraco no teto da cela. O barulho do equipamento foi percebido por agentes penais, mas a diretora só teria autorizado a revista na cela dois dias após o ocorrido.
A furadeira foi encontrada e, de acordo com o ex-coordenador de segurança da unidade, Wellington Oliveira Sousa, a ferramenta ficou sob posse de Joneuma em sua sala por dias. Somente pouco antes da fuga, ela teria ordenado que ele levasse o objeto para sua residência. A cela em questão, de número 44, abrigava apenas membros ligados a Dada, líder da facção responsável pela fuga.
A reportagem também revelou que Joneuma teria permitido a entrada irregular de diversos objetos no presídio, a pedido dos criminosos. Ventiladores, freezers, sanduicheiras e roupas foram autorizados a entrar na unidade. O advogado de defesa de Joneuma, Arthur Nunes Gomes, argumentou que as regalias foram concedidas em negociações para manter a "ordem dentro do sistema prisional", alegando que a permissão dos objetos visava evitar rebeliões.
Um relacionamento amoroso entre Joneuma e Dada dentro do presídio também foi citado. Testemunhas e o ex-coordenador de segurança relataram encontros frequentes e privados entre a ex-diretora e o detento. No entanto, a irmã e advogada de Joneuma, Joceuma, negou veementemente qualquer relacionamento, afirmando que a acusada está sendo prejudicada por um crime que não cometeu.