Exportações da Bahia Caem 26,3% em Julho Pós-Tarifa dos EUA; Importações Também Recuam

Publicado em 08/08/2025 às 20:24:04
Exportações da Bahia Caem 26,3% em Julho Pós-Tarifa dos EUA; Importações Também Recuam

As exportações da Bahia sofreram uma retração de 26,3% em julho deste ano, um cenário impactado pelas incertezas geradas pela tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, efetivada em 6 de agosto. Segundo análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), baseada em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a queda foi atribuída principalmente a um recuo de 24,1% no volume embarcado e a uma redução média de 3% nos preços em comparação com o mesmo mês de 2024.

Grande parte dos principais setores exportadores baianos apresentou quedas significativas no volume de produtos enviados. Setores como soja e derivados registraram uma redução de 32,7%, derivados de petróleo caíram 74,3%, o setor químico apresentou queda de 14,7%, derivados de cacau recuaram 14,3%, algodão teve retração de 22,6% e minerais apresentaram queda de 37,6%. Contudo, o setor de papel e celulose foi uma exceção, com um aumento de 5,9% no volume embarcado. Apesar disso, a queda de 24,7% no preço da celulose resultou em uma diminuição de 20,3% na receita do segmento.

Em contraste com a tendência nacional, as exportações baianas para os Estados Unidos não registraram antecipação de embarques em resposta à sobretaxa. As vendas para o mercado norte-americano diminuíram tanto em volume (-12,4%) quanto em valor (-3,6%). É importante notar que, apesar da tarifa geral de 50%, cerca de 40% da pauta de exportações baianas para os EUA, incluindo celulose, derivados de petróleo e sisal, permanece isenta da nova taxação.

No que diz respeito às importações, a Bahia movimentou US$ 749,7 milhões em julho, registrando uma queda de 18,2%, refletindo a desaceleração da atividade econômica. O volume importado diminuiu 9,7% e os preços caíram em média 9,4%. Por outro lado, os bens de capital apresentaram um comportamento oposto, com aumento de 6% no volume e uma elevação expressiva nos preços (44,5%) e no valor total (53%). Essa tendência é um indicativo do aumento na demanda por equipamentos voltados para investimentos em infraestrutura e indústria.

No acumulado do ano, de janeiro a julho, as exportações baianas totalizaram US$ 6,28 bilhões, uma queda de 2,6%. As importações, por sua vez, somaram US$ 5,28 bilhões, com recuo de 19,2%. O saldo comercial da Bahia foi superavitário em US$ 1 bilhão, revertendo o déficit de US$ 90,3 milhões observado no mesmo período do ano anterior. A corrente de comércio totalizou US$ 11,56 bilhões, apresentando uma retração de 10,95%.