Dia dos Pais: Brasil evitou colapso na rede elétrica com desligamento de usinas e cortes de energia solar e eólica

Publicado em 20/08/2025 às 10:05:35
Dia dos Pais: Brasil evitou colapso na rede elétrica com desligamento de usinas e cortes de energia solar e eólica

No último Dia dos Pais, enquanto grande parte das famílias brasileiras almoçava, funcionários do Operador Nacional do Sistema (ONS) lutavam para evitar um colapso na rede elétrica. Na ocasião, quase 40% da geração de energia do país provinha de painéis solares, a maioria instalada em residências e estabelecimentos sem controle direto do ONS. Para equilibrar a oferta e a demanda, evitando sobrecarga nas linhas de transmissão, o ONS precisou desligar hidrelétricas e impedir a injeção de 17,5 GW de energia eólica e solar na rede, o que representava quase toda a capacidade dessas fontes no horário.

Este evento, que durou 30 minutos, já havia ocorrido em 4 de maio, quando a oferta de renováveis superou a demanda, forçando intervenções similares. Esses incidentes expõem os gargalos atuais do sistema elétrico brasileiro, especialmente com a crescente capacidade de geração distribuída, como os mais de 40 GW em painéis solares instalados em telhados e minifazendas, impulsionados por subsídios e descontos tarifários. A falta de interlocução e controle sobre essa geração dificulta o planejamento do ONS, que é obrigado a regular usinas maiores.

Técnicos do setor defendem há meses a implementação de dispositivos que tragam maior flexibilidade ao sistema, permitindo um equilíbrio mais ágil entre oferta e demanda, principalmente em momentos de baixa carga ou nas 'rampas de carga', quando a solar cessa e a demanda aumenta. Essa flexibilidade é crucial para garantir a segurança e estabilidade, tanto em cenários de escassez quanto de excesso de energia. Os cortes prejudicam empresas de energia solar e eólica, que não vendem a energia gerada nem recebem ressarcimento, impactando investimentos no setor. Enquanto geradoras buscam que esses prejuízos sejam incluídos nos encargos do sistema, a União e especialistas consideram os cortes como risco inerente ao negócio das empresas que optaram por se instalar no país, cientes das limitações do sistema.