Fisioterapeuta e farmacêutica são indiciadas após pacientes sofrerem lesões em clínica de estética na Bahia

Publicado em 24/04/2025 às 17:47:31
Fisioterapeuta e farmacêutica são indiciadas após pacientes sofrerem lesões em clínica de estética na Bahia

A Polícia Civil da Bahia, através da 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista, encerrou a investigação sobre um fisioterapeuta e uma farmacêutica, acusados de causar graves lesões em duas pacientes durante procedimentos estéticos realizados em uma clínica no centro da cidade.

A investigação revelou que uma das vítimas sofreu deformidade permanente e incapacidade para atividades cotidianas por mais de 30 dias. A outra paciente apresentou hipersensibilidade e dores abdominais, também necessitando de afastamento por período superior a 30 dias. Os procedimentos foram realizados em maio de 2024 e janeiro de 2025.

Durante a Operação Unum Corpus, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na clínica, onde foram encontradas diversas irregularidades, incluindo produtos vencidos e falta de alvará sanitário. A polícia também encontrou um micro-ondas doméstico utilizado para aquecer seringas com plasma, que chegaram a explodir no aparelho. Quatro salas foram interditadas e o celular do fisioterapeuta foi apreendido.

A investigação também apurou que o fisioterapeuta indicava uma farmácia específica para que as pacientes comprassem medicamentos manipulados com nomes fantasia, sem informações claras sobre a composição e dosagem, impedindo a cotação em outras farmácias e comprometendo a segurança dos tratamentos.

A conduta dos investigados também configurou crime contra as relações de consumo, por propaganda enganosa, oferecendo serviços e produtos sem informações precisas sobre composição e finalidade.

O delegado Paulo Henrique de Oliveira, responsável pelas investigações, informou que laudos técnicos apontaram irregularidades graves nas rotulagens dos produtos, como ausência de dados obrigatórios, configurando crime contra a saúde pública. O delegado ressaltou o risco de intoxicação e eventos adversos devido à falta de informações sobre as substâncias utilizadas.

A investigação também apurou o uso de furosemida, substância de uso médico exclusivo, levando ao indiciamento do fisioterapeuta por exercício ilegal da medicina. Denúncias sobre falta de higiene, uso de celular durante os procedimentos, aplicações injetáveis sem luvas e presença de baratas no ambiente também foram apuradas.

A farmacêutica, responsável técnica pela farmácia de manipulação, foi indiciada por falsificação de produto terapêutico e propaganda enganosa, por fornecer medicamentos sem observar os padrões legais de rotulagem e segurança.

O fisioterapeuta foi indiciado por lesão corporal grave, lesão gravíssima, exercício ilegal da medicina, falsificação de produto terapêutico e propaganda enganosa. A farmacêutica responderá por falsificação de produto destinado a fins medicinais e propaganda enganosa.

Ambos os investigados respondem em liberdade. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário, ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e ao Conselho Regional de Farmácia da Bahia.