Guia Detalha Últimos Momentos de Turista Brasileira Caída em Penhasco no Monte Rinjani

O guia responsável por Juliana Marins, turista brasileira que faleceu após cair em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, revelou detalhes sobre os últimos momentos em que a viu com vida. Juliana foi encontrada sem vida em 24 de junho, quatro dias após o acidente no segundo vulcão mais alto do país.
Em depoimentos a influenciadores, o guia Ali Musthofa, de 20 anos, narrou a tragédia e como tem lidado com suas consequências. Segundo ele, Juliana optou por um pacote de trilha em grupo, que incluía outros cinco participantes, em vez de um acompanhamento exclusivo, apesar de ter sido oferecida a opção por um custo adicional de cerca de US$ 100.
Ali Musthofa negou ter abandonado Juliana durante a ascensão ao cume. Ele explicou que precisava acompanhar os outros membros do grupo e que a instruiu a esperar em um local seguro enquanto verificava o progüem dos demais. "A Juliana era a mais lenta, vi que ela estava muito cansada. Mas, no pacote compartilhado, eu tinha seis pessoas. Os demais seguiram adiante. Fiquei preocupado com o grupo da frente porque, quando você chega e sai do cume do Rinjani, é muito perigoso. Eu disse para ela: 'Você pode esperar aqui. Eu só quero checar como eles estão lá na frente. Eu vou te esperar lá'. Eu esperei 30 minutos, e ela não chegou. Voltei ao último lugar e não encontrei nada, mas vi uma lanterna a 150 metros para baixo. Tive a sensação de que era a Juliana. Eu entrei em pânico", relatou.
A família de Juliana Marins criticou a atuação das autoridades indonésias, alegando negligência no resgate. O guia informou que, ao perceber o desaparecimento da turista, desceu em busca de sinal de celular para alertar a empresa sobre a queda.
Ali expressou sua angústia com a situação, afirmando que passa os dias em casa assistindo a vídeos, sem saber como prosseguir. Ele espera que tudo seja resolvido para poder voltar a trilhar no Monte Rinjani, lugar que sente falta.
"Agora eu não sei o que vou fazer. Eu só fico aqui em casa, no quarto, vendo vídeos. Porque eu não sei… Não sei o que fazer. Agora eu preciso esperar até que tudo esteja resolvido. E espero poder voltar a fazer trilhas no Rinjani de novo, se tudo se resolver. Sinto falta daquele lugar. Sinto falta do vulcão. Eu só queria ir lá como turista, na verdade, mas não é possível", declarou.