Haddad Reafirma Busca por Parcerias com EUA Malgré Tarifas de Trump; Brasil Recorrerá da Decisão

Brasília – O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reiterou nesta sexta-feira (1º) a intenção do Brasil em fortalecer parcerias com os Estados Unidos, mesmo diante da recente imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Em entrevista concedida à imprensa na capital federal, Haddad indicou que o mercado interno brasileiro possui capacidade para absorver parte dos produtos anteriormente destinados aos EUA. Ele também enfatizou a possibilidade de estreitar laços bilaterais, desde que as relações sejam benéficas para ambas as nações.

Na véspera, quinta-feira (31), o ministro já havia classificado a sobretaxa de 50% como uma medida "injusta" e adiantou que o governo brasileiro apresentará recursos contra a decisão de Trump. "Vamos recorrer nas instâncias devidas, tanto nos Estados Unidos quanto nos organismos internacionais, recorrer dessas decisões no sentido de sensibilizar", declarou Haddad. "Isso não interessa à América do Sul, nós estamos no mesmo continente, nós estamos buscando mais integração, mais parceria."

O governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também está empenhado em expandir a lista de exceções à nova política tarifária, visando proteger um número maior de empresas. As negociações, no entanto, indicam que as tratativas podem se estender por um período considerável. Uma das principais estratégias em curso é a abertura de um canal de diálogo entre Haddad e o Secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.

Internamente, o governo Lula avalia que a inclusão de produtos brasileiros na lista de exceções trará alívio para setores exportadores estratégicos, como o da aviação. Contudo, existe uma preocupação latente quanto aos potenciais impactos da medida sobre os pequenos e médios exportadores do país.