Lideranças de comunidades tradicionais apontam riscos da Ponte Salvador-Itaparica em audiência pública

O Ministério Público Federal (MPF) promoveu na última quarta-feira (11), em Salvador, uma audiência pública com o propósito de estreitar o diálogo entre as comunidades tradicionais, representantes governamentais e o consórcio responsável pela Ponte Salvador-Itaparica. O encontro, sediado na Procuradoria da República, buscou analisar os impactos da obra sob a ótica desses povos.

Sob a condução dos procuradores da República Marcos André Carneiro da Silva e Ramiro Rockenbach, o evento abordou o megaprojeto de Parceria Público-Privada (PPP), uma iniciativa do governo baiano com execução a cargo do Consórcio Ponte Salvador-Itaparica. Participaram da audiência lideranças de comunidades tradicionais de Salvador, Itaparica e Vera Cruz, além de pesquisadores, especialistas, representantes do consórcio, de órgãos públicos e de organizações da sociedade civil.

O procurador Marcos André Carneiro da Silva explicou que a audiência atendeu a uma solicitação direta dos próprios representantes das comunidades. "Já ocorreram reuniões e audiências públicas na Ilha de Itaparica, mas havia um pedido para que o Ministério Público fizesse uma audiência pública", declarou. Ele enfatizou que o encontro seria um espaço para coletar os anseios, dúvidas, preocupações, discordâncias e necessidades das comunidades afetadas, além de permitir questionamentos e pedidos de informação aos órgãos públicos.

Com duração de seis horas e meia, a audiência contou com mais de 40 inscritos para manifestações, somadas às falas dos 17 integrantes das duas mesas de honra. Lideranças comunitárias e representantes da sociedade civil expressaram posicionamentos contrários à construção da ponte e à forma como o projeto está sendo implementado. As principais preocupações levantadas foram: