Mais da metade dos municípios baianos ficam abaixo da média da qualidade do Meio Ambiente; veja o mapa

Publicado em 05/06/2025 às 03:04:50
Mais da metade dos municípios baianos ficam abaixo da média da qualidade do Meio Ambiente; veja o mapa

A Bahia, estado que se destaca nacionalmente pelo elevado número de municípios – são 417, o quarto maior do país e líder no Nordeste –, enfrenta desafios significativos na gestão ambiental. Um levantamento recente, cujos dados de 2025 foram analisados, revela que mais da metade de suas cidades apresentam desempenho insatisfatório no Índice de Qualidade do Meio Ambiente. Exatamente 216 municípios baianos, representando 51,8% do total, ficaram abaixo da média esperada.

Em contrapartia, o número de municípios com resultados considerados excepcionais é extremamente baixo: apenas 8 cidades alcançaram patamares elevados, o que corresponde a menos de 2% do estado. Salvador, a capital, aparece entre os de melhor desempenho, ocupando a 4ª colocação no ranking estadual.

O cruzamento desses dados ambientais com o Índice de Progresso Social (IPS) aponta para a urgência de ações mais eficazes e melhor coordenadas para a proteção do meio ambiente em todo o território baiano. É possível visualizar a distribuição dos resultados por município em mapa específico que detalha a situação de cada cidade.

Uma análise sobre as prioridades políticas também lança luz sobre o cenário. Levantamento dos projetos apresentados pelos candidatos eleitos nas últimas eleições municipais revelou que, dos 417 eleitos para prefeituras baianas, somente 100 mencionaram o termo “Meio Ambiente” em suas propostas de campanha.

Geograficamente, a análise dos dados mostra disparidades regionais. Municípios do Oeste da Bahia, como Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Cocos e São Desidério, apresentaram alguns dos resultados mais baixos. De fato, todas as cidades da região Oeste do estado registraram médias abaixo da média nacional do índice.

A avaliação do índice utiliza um sistema de cores: 241 municípios receberam avaliação intermediária (amarela), 39 apresentaram bons resultados (verdes e azuis) e 137 ficaram nas faixas inferiores (laranjas e vermelhos). Para não figurar entre as piores classificações do país, um município precisa alcançar média igual ou superior a 55,78. Na Bahia, 216 cidades, incluindo Licínio de Almeida que atingiu exatamente essa marca, estão abaixo desse patamar.

Apenas 8 cidades em todo o estado superaram a média de 67,56, posicionando-se entre os municípios de melhor desempenho ambiental do país. São elas: Madre de Deus (71,12), Lauro de Freitas (70,33), Cruz das Almas (70,23), Salvador (69,43), Irará (68,67), Camaçari (68,26) e Lapão (67,79). Madre de Deus e Lauro de Freitas destacam-se com pontuações acima de 70 pontos, bem acima da média nacional.

A metodologia do Índice de Qualidade do Meio Ambiente considera cinco áreas principais, utilizando dados de instituições como IBGE, MapBiomas, IVCM e Instituto Votorantim. A avaliação inclui:

1. Áreas Verdes Urbanizadas: Mede a presença e extensão de espaços verdes em áreas urbanas.
2. Emissões de Carbono por Habitante: Calcula as emissões brutas de CO² por habitante.
3. Focos de Calor: Avalia a ocorrência de focos de calor por área e população, indicativo de desmatamento e queimadas.
4. Índice de Vulnerabilidade Climática Municipal (IVCM): Desenvolvido pelo Instituto Votorantim, mede riscos climáticos como inundações, secas e deslizamentos.
5. Supressão de Vegetação Primária e Secundária: Quantifica a perda de vegetação nativa em relação à área total do município, com base em dados do MapBiomas.