Bahia: Governo Jerônimo Rodrigues Bate Recordes de Empréstimos em 2 Anos e Meio, Superando Mandatos Anteriores

Publicado em 01/08/2025 às 09:11:48
Bahia: Governo Jerônimo Rodrigues Bate Recordes de Empréstimos em 2 Anos e Meio, Superando Mandatos Anteriores

Salvador, BA – Em um cenário de arrecadação histórica para o Governo da Bahia, a gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem se destacado pela intensa busca por autorizações de novos empréstimos junto à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Nos primeiros dois anos e meio de mandato, já foram aprovados mais de R$ 18,2 bilhões em autorizações para contratação de crédito. Este volume supera significativamente os R$ 6,99 bilhões autorizados durante os oito anos do governo de Rui Costa, e mais que o dobro dos R$ 8,31 bilhões contratados nos dois mandatos de Jaques Wagner, conforme dados do IPEA.

Embora a totalidade do montante aprovado ainda não tenha sido efetivamente contratada com instituições financeiras – um processo que depende de negociações e assinaturas de contratos –, o ritmo acelerado dos pedidos de crédito aponta para uma administração que recorre fortemente ao endividamento para honrar seus compromissos e financiar projetos.

O número se torna ainda mais relevante ao ser analisado em conjunto com a saúde fiscal do estado, que tem apresentado recordes de arrecadação nos últimos anos, impulsionada principalmente pelo ICMS e pelas transferências federais.

Contudo, um paradoxo emerge: apesar da alta arrecadação e do crescente endividamento, a população baiana tem presenciado inúmeras obras paralisadas, atrasos no pagamento de fornecedores e prestadores de serviços, e ordens de serviço anunciadas com grande pompa que sequer tiveram início de execução devido à falta de liberação orçamentária.

Essa situação tem gerado um clima de desconfiança entre prefeitos, que recebem promessas de vultosos investimentos do governo estadual, mas já demonstram ceticismo quanto à concretização dessas obras.

"O Governador prometeu muitas obras para o município e é claro que vamos aceitar. Mas desconfiamos que não há tempo hábil para licitar e iniciar essas obras antes da eleição. Vamos ver no que vai dar", declarou um prefeito que não apoiou Jerônimo Rodrigues durante a eleição e que foi procurado para se aliar ao atual governo.

O contraste gritante entre o volume expressivo de recursos disponíveis e a lentidão ou paralisação na execução das políticas públicas evidencia fragilidades significativas no planejamento, distorções nas prioridades estabelecidas e, potencialmente, problemas na gestão financeira. Torna-se crucial entender os critérios que norteiam esse endividamento em larga escala, como os recursos têm sido aplicados e por que, mesmo diante de uma arrecadação recorde, a execução de obras permanece engavetada e os pagamentos a fornecedores continuam represados.